quinta-feira, 29 de maio de 2008

HUMILDADE


Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.

E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”

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CORA CORALINA
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A ESCOLHA


Um aprendiz se aproximou do mestre e disse:

-"Mestre, gostaria de ser um grande lutador de karatê mas penso que também devia me dedicar ao judô de modo a conhecer muitos estilos de luta. Só assim poderia ser o melhor de todos."

E o mestre respondeu:

-"Se um homem vai para o campo e começa a correr atrás de 2 raposas ao mesmo tempo, vai chegar melhor a cada momento. Viva com propósito. Viva com paixão. Viva com convicção.

Ninguém, não importa o que aconteça, é capaz de tirar de você a essência que o torna especial, os verdadeiros dons que fazem de você a pessoa que é. Tenha convicção e saiba que você sempre será essa pessoa cheia de potenciais, não importa em que bairro more, ou o tipo de carro que dirija, não importa o que as outras pessoas pensem a seu respeito.

Viva com convicção e você terá uma razão para viver.

Confiando em nós , acredite que venceremos os obstáculos intransponíveis aos nossos olhos de homens encarnados. Mas no amor de Deus tudo podemos quando temos fé! Então façamos nossa parte...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

NO ÁLBUM DA COMPAIXÃO


Observa: toda a Natureza, por livro de Deus, em qualquer parte, parece um cântico de louvor ao auxílio.

Ignoro se já pensaste nas primeiras árvores da Terra, inclinando-se para as aves fatigadas, a fim de que aprendessem a entretecer os próprios ninhos, nos braços fortes que lhes estendiam.

Nem sei se já meditaste na piedade das flores primitivas do mundo para com as abelhas cansadas e famintas, convidando-as pelo próprio perfume, a lhes retirarem as pequeninas sobras de alimento nas corolas acolhedoras, a fim de que não tombassem na exaustão, quando à procura de recursos que lhes facultassem o fabrico do mel.

Até hoje as árvores não se queixam dos pássaros que lhes deixam os ramos menos limpos e as flores não protestam contra as abelhas quando lhes aparecem, através de sucessivos enxames, a lhes dilapidarem as pétalas nutrientes.

Árvores e abelhas sabem, instintivamente, que a Divina Providência não lhes faltará com a chuva a lavar-lhes todas as folhas e com o acréscimo de seiva, destinadas a reajustar-lhes o sustento.

Não será semelhante lição dos agentes simples da natureza determinada mensagem da vida, concitando-nos à prática da bondade, de uns para com os outros? Onde estiveres, compadece-te de teus irmãos.

Esse precisa apoiar-se em teus ombros para a caminhada difícil, aquele te aguarda o concurso fraterno, de modo a manter-se de pé, na marcha dos dias.

Abençoa e socorre sempre.

Em muitas ocasiões, penso que o ensinamento do Cristo, acerca do perdão, se revestiu de outras derivações no campo das atitudes.

Algum dos companheiros haverá perguntado ao Senhor:

- Mestre, quantas vezes, devo auxiliar meus irmãos?

E, decerto, Jesus terá respondido:

- Não te digo que auxilies uma vez, mas setenta vezes sete vezes.
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MEIMEI---CHICO XAVIER
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domingo, 25 de maio de 2008


Não é companheiro dócil que exige a sua compreensão fraternal mais imediata. É aquele que ainda luta por domar a ferocidade da ira, dentro do próprio peito.

Não é o irmão cheio de entendimento evangélico que reclama suas atenções inadiáveis. É aquele que ainda não conseguiu eliminar a víbora da malícia do campo do coração.

Não é o amigo que marcha em paz, na senda do bem, quem solicita seu cuidado insistente. É aquele que se perdeu no cipoal da discórdia e da incompreensão, sem forças para tornar ao caminho reto.

Não é a criatura que respira no trabalho normal que requisita socorro urgente. É aquela que não teve suficiente recurso para vencer as circunstâncias constrangedoras da experiência humana e se precipitou na zona escura do desequilíbrio.

É muito provável que, por enquanto, seja plenamente dispensável a sua cooperação no paraíso. É indiscutível, porém, a realidade de que, no momento, o seu lugar de servir e aprender, ajudar e amar, é na Terra mesmo.
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ANDRÉ LUIZ -- CHICO XAVIER
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quinta-feira, 22 de maio de 2008

BENEFÍCIOS IMEDIATOS

Entre o Aprendiz e o Orientador se estabeleceu o precioso diálogo:
-Instrutor, qual é a força que domina a vida?

-Sem dúvida, o amor.

-Esse poder tudo resolve de pronto?

-Entre as criaturas humanas, de modo geral, ainda existem problemas, alusivos ao amor que demandam muito tempo a fim de que se atinja a solução no campo do entendimento.

-E qual o recurso máximo que nos garante segurança entre as desarmonias do mundo?

-A fé.

-Pode a fé ser obtida, de momento para outro?

-Não é assim. A confiança raciocinada reclama edificação vagarosa no curso dos dias.

-A que fator nos cabe recorrer, para que nos conservem o ânimo e a alegria de servir entre conflitos da existência?

-A paz.

-E a paz surge expontânea?

-Também não. Ninguém conhece a verdadeira paz sem trabalho e todo trabalho pede luta.

-Então instrutor, não existe elemento algum no mundo que nos assegure benefícios imediatos?

-Existe.

-Onde está esse prodígio, se vejo atritos por toda parte, na Terra?

-O Mentor fez expressivo gesto de compreensão e rematou:

-Filho, a única força capaz de proporcionar-nos triunfos imediatos, em quaisquer setores da vida, é a força da paciência.
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EMMANUEL & CHICO XAVIER
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terça-feira, 20 de maio de 2008

SE NÃO HOUVER AMANHÃ

Sabe, eu que costumava deixar muitas coisas para amanhã, resolvi lhe dizer, hoje, o quanto você é importante para mim, porque quando acordei pela manhã, uma pergunta ressoava na acústica de minha alma: “e se não houver amanhã?”

Então hoje eu quero me deter um pouco mais ao seu lado, ouvir suas idéias com mais atenção, observar seus gestos mais singelos, decorar o tom da sua voz, seu jeito de andar, de correr, de abraçar.

Porque... se não houver amanhã... eu quero saber qual é sua comida preferida, a música que você mais gosta, a sua cor predileta...

Hoje eu vou observar seu olhar, descobrir seus desejos, seus anseios, seus sonhos mais secretos e tentar realizá-los.

Porque, se não houver amanhã... Eu quero ter gravado em minha retina o seu sorriso, seu jeito de ser, suas manias...

Hoje eu quero fazer uma prece ao seu lado, descobrir com você essa magia que lhe traz tanta serenidade, quero subir aos céus com você, pelos fios invisíveis da oração.

Hoje eu vou me sentar com você na relva macia, ouvir a melodia dos pássaros e sentir a brisa acariciando meu rosto, colado ao seu, em silêncio... E sem pressa.

Hoje eu vou lhe pedir por favor, agradecer, me desculpar, pedir perdão, se for necessário.

Sabe, eu sempre deixei todas essas coisas para amanhã, mas o amanhã é apenas uma promessa... o hoje é presente.

Assim, se não houver amanhã eu quero descobrir hoje qual é a flor que você mais gosta e lhe ofertar um belo ramalhete.

Quero conhecer seus receios, lhe aconchegar em meus braços e lhe transmitir confiança...

Hoje, quando você for se afastar de mim, vou segurar suas mãos e pedir para que fique um pouco mais ao meu lado.

Sabe, eu sempre costumo deixar as palavras gentis para dizer amanhã, carinhos para fazer amanhã, muita atenção para prestar amanhã, mas o amanhã talvez não nos encontre juntos.

Eu sei que muitas pessoas sofrem quando um ser amado embarca no trem da vida e parte sem que tenham chance de dizer o que sentem, e sei também que isso é motivo de muito remorso e sofrimento.

Por isso eu não quero deixar nada para amanhã, pois se o amanhã chegar e não nos encontrar juntos, você saberá tudo o que sinto por você e saberei também o que você sente por mim.

Nada ficará pendente...

Quero registrar na minha alma cada gesto seu.

Quero gravar em meu ser, para sempre, o seu sorriso, pois se a vida nos levar por caminhos diferentes eu terei você comigo, mesmo estando temporariamente separados.

Sabe, eu não sei se o amanhã chegará para nós, mas sei que hoje, hoje eu posso dizer a você o quanto você é importante para mim.

Seja você meu filho, minha filha, meu esposo ou esposa, um amigo talvez, você vai saber hoje, o quanto é importante para mim... Porque, se não houver amanhã...

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Amanhã o sol será o mesmo mensageiro da luz, mas as circunstâncias, pessoas e coisas, poderão estar diferentes.

Hoje significa o seu momento de agir, semear, investir suas possibilidades afetivas em favor daqueles que convivem com você.

Hoje é o melhor período de tempo na direção do tempo sem fim...
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EQUIPE DE REDAÇÃO DO MOMENTO ESPÍRITA
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segunda-feira, 19 de maio de 2008

O SENHOR É O MEU PASTOR

O SENHOR É O NOSSO PASTOR,
Isto é relacionamento!

NADA NOS FALTARÁ.
Isto é suprimento!

EM CAMPOS RELVOSOS NOS FARÁ DEITAR
Isto é descanso!

E NOS LEVARÁ ÀS ÁGUAS QUIETAS E TRANQUILAS
Isto é conforto!

PELO AMOR DO SEU NOME
Isto é consolo!

REFRIGERA AS NOSSAS ALMAS.
Isto é direção!

GUIA–NOS PELAS VEREDAS DO AMOR E DA JUSTIÇA,
Isto é propósito!

PELO AMOR DO SEU NOME
Isto é certeza!

MESMO QUE TIVÉSSEMOS QUE CAMINHAR PELO VALE DA SOMBRA E DA MORTE
Isto é provação!

NEMHUM MEDO TERÍAMOS
Isto é fé!

POIS TUA VARA E O TEU CAJADO NOS CONFORTAM
Isto é confiança!

APARELHA NOSSA MESA DIANTE DE NÓS , ANTE NOSSOS ADVERSÁRIOS
Isto é esperança!

UNGE A NOSSA CABEÇA COM ÓLEO
Isto é consagração!

NOSSO CÁLICE TRANSBORDA
Isto é abundância!

POIS O BEM E A BENEFICÊNCIA NOS ACOMPANHARÃO DURANTE OS LONGOS DIAS DA NOSSA VIDA
Isto é bênção!

E NÓS TODOS VIVEREMOS FELIZES NA CASA DO PAI
Isto é segurança!

POR LONGOS DIAS.
Isto é eternidade!
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João Placoná
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sexta-feira, 16 de maio de 2008

UMA DOCE FACE DO AMOR

Quanto vale um amor de mãe? Será que tem preço? Poderá haver substituto ao laço que une mãe e filho?

Dizem alguns que amor materno é balela, piegas.

Contudo, ao dispor, na Terra, que o homem fosse concebido a partir do amor de dois seres que se unem e tivesse a gerá-lo o ventre materno, Deus estabeleceu bases seguras para que a criatura desenvolvesse a sua extraordinária capacidade de amar.

E uma das facetas do amor é o amor materno. Conseqüentemente, a necessidade que sente o filho de ser amado.

Certa vez, uma jovem esposa, depois de dez anos de consórcio, abandonou o lar. De algum tempo, a situação se fazia insustentável e ela decidiu começar vida nova.
Abandonou esposo e filho, garoto de seis anos.

Dois anos depois, já com um novo amor a lhe fazer bater o coração descompassado e um trabalho em Agência de Correios, foi surpreendida por um papel dobrado em quatro, que caiu dentre os tantos envelopes que ela separava para envio.

Era uma folha de caderno, sem envelope, destinada simplesmente a Jesus.
A curiosidade fez com que ela abrisse a folha e começasse a ler.

Jesus, dizia a carta escrita em letra infantil, eu estou muito doente. Tenho muita tosse.

Sei que papai cuida de mim, em todas as horas que não está no trabalho. Tia Margarida e tia Magda também.

Mas, Jesus, eu estou tão doente. E por isso eu escrevo esta carta para lhe pedir um presente. O meu aniversário está próximo.

Seria possível me trazer, no dia em que eu vou completar oito anos, a minha mãe de volta?

Não sei onde ela se encontra, mas o Senhor deve saber, com certeza. Se o Senhor puder, por favor, Jesus, traga minha mãe de volta.

Se ela voltar, a nossa casa vai se alegrar outra vez. Haverá flores nas janelas. E eu melhorarei. A minha tosse vai passar.

Jesus, eu queria tanto, no meu aniversário, abraçar minha mãe outra vez.

Sei que eu não sou um bom menino, mas eu peço assim mesmo porque quando minha mãe estava conosco ela sempre dizia que tudo o que se pedisse a Você, Você conseguiria.

Eu vou ficar esperando, Jesus, por favor, traga de volta minha mãe.

A assinatura não deixava dúvidas. Era do seu filho, o garoto que deixara aos seis anos, quando partira para sua nova vida.

Rita deixou o trabalho naquele dia e voltou para casa. Bateu à porta e surpresa, tia Margarida a viu entrar.

Passou pela sala e o marido, igualmente surpreendido, somente a olhou, sem nada dizer.

Foi ao quarto do filho, que tossia, deitado em sua cama.

Ao vê-la, o garoto sorriu, abriu os braços e exclamou:

Mãe, Jesus trouxe você!

Existem muitos corpos que não geraram outros corpos, no entanto, se fizeram mães da dedicação em nome do amor de nosso Pai.

São criaturas que sustentam vidas, que não murcharam porque elas tomaram para si a missão de ampará-las e socorrê-las.
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Redação do Momento Espírita

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ORAÇÃO PELA PAZ


Senhor,

Fazei-me um instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre,

Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado;

Compreender, que ser compreendido;

Amar, que ser amado,

Pois é dando que recebe,

É perdoando que se é perdoado,

E é morrendo que se vive para a vida eterna.

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ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

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terça-feira, 13 de maio de 2008

ATIRE A PRIMEIRA FLOR

Quando tudo for pedra,
atire a primeira flor;
Quando tudo parecer caminhar errado,
seja você a tentar o primeiro passo certo;
Se tudo parecer escuro,

se nada puder ser visto,
acenda você a primeira luz,
traga para a treva, você primeiro,
a pequena lâmpada;

Quando todos estiverem chorando,
tente você o primeiro sorriso;
talvez não na forma de lábios sorridentes,
mas na de um coração que compreenda,
de braços que confortem;

Se a vida inteira for um imenso não,
não pare você na busca do primeiro sim,
ao qual tudo de positivo deverá seguir-se;

Quando ninguém souber coisa alguma,
e você souber um pouquinho,
seja o primeiro a ensinar,
começando por aprender você mesmo,
corrigindo-se a si mesmo;
Quando alguém estiver angustiado
à procura, consulte bem o que se passa,
talvez seja em busca de você mesmo
que este seu irmão esteja;

Daí, portanto,
o seu deve ser o primeiro a aparecer,
o primeiro a mostrar-se,
primeiro que pode ser o único e,
mais sério ainda, talvez o último;

Quando a terra estiver seca,
que sua mão seja a primeira a regá-la;

Quando a flor se sufocar na urze e no espinho,
que sua mão seja a primeira a separar o joio,
a arrancar a praga, a afagar a pétala,
a acariciar a flor;

Se a porta estiver fechada,
de você venha a primeira chave;
Se o vento sopra frio,
que o calor de sua lareira seja a primeira
proteção e primeiro abrigo.

Se o pão for apenas massa e não estiver cozido,
seja você o primeiro forno
para transformá-lo em alimento.

Não atire a primeira pedra em quem erra.
De acusadores o mundo está cheio,
nem, por outro lado, aplauda o erro;
dentro em pouco, a ovação será ensurdecedora;
Ofereça sua mão primeiro para levantar quem caiu;
sua atenção primeiro para aquele que foi esquecido;
seja você o primeiro para aquele
que não tem ninguém;

Quando tudo for espinho,
atire a primeira flor;
seja o primeiro a mostrar que há caminho de volta,
compreendendo que o perdão regenera,
que a compreensão edifica,
que o auxílio possibilita,
que o entendimento reconstrói.

Atire você,
quando tudo for pedra,
a primeira e decisiva flor.
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Glácia Daibert
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sábado, 10 de maio de 2008

QUANDO DEUS CRIOU AS MÃES

Diz uma lenda que o dia em que o bom Deus criou as mães, um mensageiro se acercou dele e lhe perguntou o porquê de tanto zelo com aquela criação.

Em que, afinal de contas, ela era tão especial?

O bondoso e paciente Pai de todos nós lhe explicou que aquela mulher teria o papel de mãe, pelo que merecia especial cuidado.

Ela deveria ter um beijo que tivesse o dom de curar qualquer coisa, desde leves machucados até namoro terminado.

Deveria ser dotada de mãos hábeis e ligeiras que agissem depressa preparando o lanche do filho, enquanto mexesse nas panelas para que o almoço não queimasse.

Que tivesse noções básicas de enfermagem e fosse catedrática em medicina da alma. Que aplicasse curativos nos ferimentos do corpo e colocasse bálsamo nas chagas da alma ferida e magoada.

Mãos que soubessem acarinhar, mas que fossem firmes para transmitir segurança ao filho de passos vacilantes. Mãos que soubessem transformar um pedaço de tecido quase insignificante numa roupa especial para a festinha da escola.

Por ser mãe deveria ser dotada de muitos pares de olhos. Um par para ver através de portas fechadas, para aqueles momentos em que se perguntasse o que é que as crianças estão tramando no quarto fechado.

Outro par para ver o que não deveria, mas precisa saber e, naturalmente, olhos normais para fitar com doçura uma criança em apuros e lhe dizer: "eu te compreendo. Não tenhas medo. Eu te amo", mesmo sem dizer nenhuma palavra.

O modelo de mãe deveria ser dotado ainda da capacidade de convencer uma criança de nove anos a tomar banho, uma de cinco a escovar os dentes e dormir, quando está na hora.

Um modelo delicado, com certeza, mas resistente, capaz de resistir ao vendaval da adversidade e proteger os filhos, de superar a própria enfermidade em benefício dos seus amados e de alimentar uma família com o pão do amor.

Uma mulher com capacidade de pensar e fazer acordos com as mais diversas faixas de idade.

Uma mulher com capacidade de derramar lágrimas de saudade e de dor mas ainda assim insistir para que o filho parta em busca do que lhe constitua a felicidade ou signifique seu progresso maior.

Uma mulher com lágrimas especiais para os dias da alegria e os da tristeza, para as horas de desapontamento e de solidão.

Uma mulher de lábios ternos que soubesse cantar canções de ninar para os bebês e tivesse sempre as palavras certas para o filho arrependido pelas tolices feitas.

Lábios que soubessem falar de Deus, do universo e do amor. Que cantassem poemas de exaltação à beleza da paisagem e aos encantos da vida.

Uma mulher. Uma mãe.

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Ser mãe é missão de graves responsabilidades e de sabida honra. É gozar do privilégio de receber nos braços espíritos do Senhor e conduzi-los ao bem.

Enquanto houver mães na terra, Deus estará abençoando o homem com a oportunidade de alcançar a meta da perfeição que lhe cabe porque a mãe é a mão que conduz, o anjo que vela, a mulher que ora, na esperança de que os seus filhos alcancem felicidade e paz.
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Equipe de Redação do Momento Espírita.
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sexta-feira, 9 de maio de 2008

SABEDORIA DE MENDIGO

"A seara é imensa e os trabalhadores poucos." - Jesus


Era uma vez uma cidade muito gelada, como gelada também era a relação, ou melhor, a falta de relação entre os seus moradores.

Pessoas rabugentas que só sabiam reclamar umas das outras e da situação, viviam isoladas cada qual em sua própria casa, indiferentes para com os que não possuíam um teto para se abrigar do frio.

Um dia, passou por aquele lugarejo um mendigo.
Sofrendo com os açoites do vento e com a fome que lhe castigava o estômago, ele ousou bater na porta de uma daquelas casas, em cujo interior viviam as pessoas que sempre estavam de mal com a vida...

Assim que a porta se abriu, uma voz rouquenha ecoou pelos ares, espantando o pobre pedinte, que pensou muito antes de bater na próxima casa.

Mas o atendimento não foi diferente... Mais gritos e xingamentos o fizeram sair em disparada.
O mendigo sentou-se desanimado num velho e sujo banco, e ficou por alguns minutos mastigando um pedaço de pão ressecado que havia catado na lixeira.

Quando se levantou para seguir seu caminho, em busca de uma cidade mais acolhedora, percebeu que havia uma porta entreaberta... Era a porta do templo que se abria e fechava com o movimento do vento...

Meio desconfiado, ele foi entrando devagarzinho...

Encontrou o guardião do templo, Sr. Chamas, e seu ajudante, igualmente "congelado" pela mesmice que dominava aquela cidade cinzenta e fria...

Olá!, falou, sem que ninguém lhe desse ouvidos.

Limpou a garganta provocando um ruído forçado, tentando obter alguma atenção... Em vão.

Aproximou-se, então, do Sr. Chamas, que pensava em como conseguir algo para comer, naquela cidade onde ninguém compartilhava nada com ninguém, e falou bem alto:

Que pena que não poderei fazer aquela sopa quentinha, para espantar o frio e matar a fome...!

Sopa!?, falou interessado o velho guardião.

Sim, eu sei fazer uma deliciosa sopa de botão de osso, mas são necessários seis botões, e tenho apenas cinco...

Eu não tenho nenhum botão de osso, resmungou o Sr. Chamas.

Mas o alfaiate poderá nos ajudar, interveio o ajudante animado...

Jamais pedirei alguma coisa àquele velho babão e rabugento, resmungou.

Mas, a vontade de tomar uma sopa quentinha o fez mudar de idéia... E lá se foi ele, seguido pelo seu fiel ajudante, em busca de um botão de osso para o mendigo fazer a prometida sopa com os botões milagrosos...

O Sr. Mendel, não menos rabugento, foi atender a porta com visível má vontade, já que ambos viviam de brigas o tempo todo. Mas a fome do Sr. Chamas era maior que o seu orgulho e por isso ele falou calmamente ao seu companheiro de encrencas: precisamos de um botão de osso.

O alfaiate ia dizer que não tinha botão algum, quando ouviu a palavra mágica "sopa" e interessou-se pelo assunto. Foi buscar um botão... Mas impôs uma condição: iria junto para ver o "milagre".

Ah, o mendigo havia pedido também uma colher de pau, uma panela grande, uma faca, e outras coisinhas mais... E assim o Sr. Chamas, seu ajudante, o alfaiate e sua sobrinha saíram pelas ruas, batendo de porta em porta para pedir os utensílios necessários para se fazer a sopa de botão de osso.

Uma a uma as pessoas iam se juntando até que tudo havia sido providenciado. Mas o mendigo, que era muito esperto, disse que a sopa já estava boa, e poderia ficar ainda melhor se alguém trouxesse um pouco de cenoura, repolho, sal, pimenta, alho, e outros ingredientes... As pessoas se lembravam que tinham alguma coisa em suas despensas... E mais e mais coisas foram surgindo...

A sopa ficou pronta e todos tomaram até se fartar.

Surgiu até alguém para tocar e o povo dançou, e dançou, a noite toda.

No dia seguinte, não faltaram portas se abrindo para o mendigo se abrigar do frio. Mas como o mendigo tinha que seguir o seu caminho de mendigo... despediu-se e se foi... não sem antes deixar os botões "milagrosos" para que aquela população pudesse continuar fazendo a sopa.

Muito tempo se passou... Os botões foram se perdendo, um a um...

Mas aquele povo já havia descoberto que o verdadeiro milagre não estava nos botões, e sim na solidariedade que agora reinava em todos os corações que passaram a se ajudar mutuamente.
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*Que a sua semana seja puro brilho e construção, com Jesus!...*
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quinta-feira, 8 de maio de 2008

AS TRÊS ORAÇÕES

Muitas vezes costumamos nos decepcionar com as preces que fazemos. Pedimos alguma coisa e a resposta nunca chega. Então, perdemos a confiança em Deus.

O que, não raro acontece, é que a resposta chega mas não a compreendemos, por pensarmos que ela tenha que vir conforme o nosso pedido.

Acontece que o Criador sabe o que é melhor para nós.

A respeito disso existe uma antiga lenda que pode ilustrar melhor esse assunto.

Em grande bosque da Ásia Menor, três árvores ainda jovens pediram a Deus lhes concedesse destinos gloriosos e diferentes.

A primeira explicou que aspirava a ser empregada no trono do mais alto soberano da Terra. Após ouvi-la, a segunda declarou que desejava ser utilizada na construção do carro que transportasse os tesouros desse rei poderoso, e a terceira, por último, disse então que almejava transformar-se numa torre, nos domínios desse potentado, para indicar o caminho do céu.

Depois das preces formuladas, um mensageiro angélico desceu à mata e avisou que o Todo Misericordioso lhes recebera as rogativas e lhes atenderia às petições.

Decorrido muito tempo, lenhadores invadiram o horto selvagem e as árvores, com grande pesar de todas as plantas circunvizinhas, foram reduzidas a troncos, despidos por mãos cruéis.

Arrastadas para fora do ambiente familiar, ainda mesmo com os braços decepados, elas confiaram nas promessas do supremo senhor e se deixaram conduzir com paciência e humildade.

Qual não lhes foi, porém, a aflitiva surpresa!...

Depois de muitas viagens, a primeira caiu sob o poder de um criador de animais que, de imediato, mandou
A segunda foi adquirida por um velho praiano que construía barcos por encomenda e a terceira foi comprada e recolhida para servir, em momento oportuno, numa cela de malfeitores.

As árvores amigas, conquanto separadas e sofredoras, não deixaram de acreditar na mensagem de Deus e obedeceram sem queixas às ordens inesperadas que as leis da vida lhes impunham...

No bosque, contudo, as outras plantas tinham perdido a fé no valor da oração, quando, transcorridos muitos anos, vieram a saber que as três árvores haviam obtido as concessões gloriosas solicitadas...

A primeira, forrada de panos singelos, recebera Jesus das mãos de Maria de Nazaré, servindo de berço ao Dirigente mais alto do mundo;

A segunda, trabalhando com pescadores, na forma de uma barca valente e pobre, fôra o veículo de que Jesus se utilizou para transmitir sobre as águas muitos dos Seus mais belos ensinamentos.

E a terceira, convertida apressadamente numa cruz em Jerusalém, seguira com Ele, o Senhor, para o monte e, ali, ereta e valorosa, guardara-lhe o coração torturado, mas repleto de amor no extremo sacrifício, indicando o verdadeiro caminho do reino celestial...

Todos nós podemos endereçar a Deus, em qualquer parte e em qualquer tempo, as mais variadas preces. No entanto, precisamos cultivar paciência e humildade para esperar e compreender as respostas de Deus.
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Equipe de Redação do Momento Espírita
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quarta-feira, 7 de maio de 2008

O FRACASSO

"O fracasso não significa que sou um fracassado;
significa que não venci.

O fracasso não significa que não consegui nada;
significa que aprendi alguma coisa.

O fracasso não significa que sou uma pessoa sem rumos;
significa que tive fé suficiente para experimentar.

O fracasso não significa que sou um sujeito sem sorte;
significa que tive a coragem de tentar.

O fracasso não significa a ausência de métodos;
significa que os tenho de uma maneira diferente.

O fracasso não significa que sou inferior;
significa que não sou perfeito.

O fracasso não significa que desperdicei meu tempo;
significa que tenho que recomeçar.

O fracasso não significa que devo dar-me por vencido;
significa que devo agir com maior perseverança.

O fracasso não significa que nunca atingirei meus objetivos;
significa que necessito corrigir as minhas rotas.

O fracasso não significa que Deus me abandonou;
significa que Ele tem um projeto melhor para mim’’.

"Antes das suas dificuldades de agora,
você já faceou inúmeras outras e já se livrou de todas elas,
com o auxilio invisível de Deus."
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ANDRÉ LUIZ
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terça-feira, 6 de maio de 2008

CORAGEM NO CAMINHO


Se chegaste aos dias anuviados de pranto, à vista de ocorrências infelizes, acende a luz da esperança e caminha adiante, olvidando na retaguarda o que te possa parecer aflição e desengano,
Outro dia com novas emoções, espera-te amanhã, renovando-te a vida.

Circunstâncias inesperadas te deslocaram da segurança em que vivias, arrojando-te
nas dificuldades do começo da existência... Esquece quantos te surgiram por
instrumentos de inquietação e lembra-te
de que as oportunidades de trabalho continuam brilhando para os que não se deixam vencer pelo desânimo.

Pessoas queridas talvez se te hajam transformado em obstáculos à paz,
compelindo-te à travessia de espessas nuvens de lágrimas... Esquece os que se acomodaram com atitudes irrefletidas e pensa nas dedicações sinceras que te felicitam as horas.

Alguém a quem amas, enternecidamente,
haverá falhado nos compromissos
assumidos, relegando-te ao abandono... Esquece o menosprezo de que terás sido
objeto e conserva a imagem desse alguém no tesouro de tua gratidão pela felicidade
que te deu e prossegue em frente, na certeza de que a vida te ofertará estradas novas para a aquisição de alegrias diferentes.

Acontecimentos calamitosos te impeliram
a vacilar nos fundamentos da fé, ainda insegura... Esquece, porém, os fatos amargos e adianta-te na jornada para diante, valorizando os recursos espirituais de que dispões, recordando que o Céu continua alentando a última planta das últimas faixas do deserto e revigorando o verme da mais oculta reentrância de abismo.

Seja qual o tipo de provação que te incline ao desalento, vence o torpor da tristeza e
segue para a vanguarda de tuas próprias aspirações. Da imensidão da noite, nascerá
sempre o fulgor de um novo dia.
Não te permitas qualquer parada nas sombras da inércia. Trabalha e prossegue em frente, porque a bênção de Deus te espera em cada alvorecer.
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MEIMEI
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segunda-feira, 5 de maio de 2008

ARMA INFALÍVEL

Certo dia, um homem revoltado criou um poderoso e longo pensamento de ódio, colocou-o numa carta rude e malcriada e mandou-o para o chefe da oficina de que fora despedido.


O pensamento foi vazado em forma de ameaças cruéis. E quando o diretor do serviço leu as frases ingratas que o expressavam, acolheu-o, desprevenidamente, no próprio coração, e tornou-se furioso sem saber por quê.


Encontrou, quase de imediato, o subchefe da oficina e, a pretexto de enxergar uma pequena peça quebrada, desfechou sobre ele a bomba mental que trazia consigo.


Foi a vez do subchefe tornar-se neurastênico, sem dar motivo.
Abrigou a projeção maléfica no sentimento, permaneceu amuado várias horas e, instante do almoço, ao invés de alimentar-se, descarregou na esposa o perigoso dardo intangível.


Tão só por ver um sapato imperfeitamente engraxado, proferiu dezenas de palavras feias; sentiu-se aliviado e a mulher passou a asilar no peito a odienta vibração, em forma de cólera inexplicável. Repentinamente transformada pelo raio que a ferira, e até ali ninguém soubera remover, encaminhou-se para a empregada que se incumbia de calçados e desabafou.


Com palavras indesejáveis inoculou-lhe no coração o estilete invisível. Agora era uma pobre menina que detinha o tóxico mental.
Não podendo despeja-lo nos pratos e nas xícaras ao alcance de suas mãos, em vista do enorme débito em dinheiro que lhe seria compelida a aceitar, acercou-se do velho cão, dorminhoco e paciente, e transferiu-lhe o veneno imponderável, num pontapé de largas proporções.


O animal ganiu e disparou, tocado pela mortífera, e, para livrar-se desta, mordeu a primeira pessoa que encontrou na via pública. Era a senhora de um proprietário vizinho que, ferida na coxa, se enfureceu instantaneamente, possuída pela força maléfica. Em gritaria desesperada, foi conduzida a certa farmácia; entretanto, deu-se pressa em transferir ao enfermeiro que a socorria a vibração amaldiçoada. Crivou-o de xingamentos e esbofeteou-lhe o rosto.


O rapaz muito prestativo, de calmo que era, converteu-se em fera verdadeira. Revidou os golpes recebidos em observações ásperas, e saiu, alucinado, para a residência, onde a velha e devotada mãezinha o esperava para a refeição da tarde.

Chegou e descarregou sobre ela toda a ira de que era portador.

Estou farto! - bradou - a senhora é culpada dos aborrecimentos que me perseguem! Não suporto mais esta vida infeliz! fuja de minha frente!...
Pronunciou nomes terríveis. Blasfemou. Gritou, colérico, qual louco.

A velhinha porém, longe de agastar-se, tomou-lhe as mãos e disse-lhe com naturalidade e brandura:
Venha cá, meu filho! Você está cansado e doente! Sei a extensão de seus sacrifícios por mim e reconheço que tens razão para lamentar-se. No entanto, tenhamos bom ânimo!
Abraçou-o comovida, e afagou-lhe os cabelos!
O filho demorou-se a contemplar-lhe os olhos serenos e reconheceu que havia no carinho materno tanto perdão e tanto entendimento que começou a chorar, pedindo-lhe desculpas.

A projeção destrutiva do ódio morrera, afinal, ali, dentro do lar humilde, diante da força infalível e sublime do amor.

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NEIO LÚCIO- CHICO XAVIER

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sábado, 3 de maio de 2008

A PRESENÇA DO AMOR

Os passageiros do ônibus olhavam com compaixão a jovem mulher com a bengala
branca enquanto ela cuidadosamente subia os degraus.

Ela pagou a passagem e com suas mãos localizou o assento vazio que o
motorista indicara.
Então, sentou-se colocando sua pasta no colo e descansou a bengala contra a
perna.

Fazia um ano desde que Susan, 34 anos, ficara cega. Devido a um erro de
diagnostico medico havia perdido a visão e foi lançada repentinamente em um
mundo de escuridão, raiva, frustração e pena de si mesma.
Outrora independente, agora Susan estava condenada por essa tragédia do
destino a tornar-se um fardo impotente, desamparada.

"Como isto pôde ter acontecido a mim?" ela dizia, com o coração mergulhado
em amargura.
Não importando quanto lamentasse ou rezasse, sabia que sua dor não poderia
trazer de volta sua visão. Uma nuvem de depressão rondou seu espírito,
outrora otimista. Cada dia, viver era um exercício de frustração e
esgotamento.

E tudo o que ela tinha a que se agarrar era seu marido, Mark, um oficial da
Força Aérea que a amava com todo seu coração.

Quando ela perdeu sua visão, ele a olhou e sentindo o desespero da esposa,
determinou-se a ajudá-la a recuperar a força e confiança que ela precisava
para tornar-se independente novamente. A experiência militar de Mark havia
treinado-o para lidar com situações delicadas e ele sabia que aquela seria a
mais difícil batalha que ele teria que enfrentar.

Finalmente, Susan sentia-se preparada para retornar a seu trabalho, mas como
fazê-la chegar até lá? Ela costumava pegar o ônibus, mas agora estava muito
amedrontada para andar pela cidade sozinha. Mark ofereceu-se para levá-la de
carro diariamente, embora eles morassem no lado oposto da cidade.
No principio, Susan sentiu-se confortada e isso satisfez a necessidade que
Mark sentia de ajudar sua esposa cega que sentia-se tão insegura sobre
executar as tarefas mais simples. Logo, no entanto, Mark percebeu que isso
não estava funcionando, além de conturbar o horário, ainda estava saindo
caro. Ele admitiu a si mesmo que Susan teria que começar tomar o ônibus
novamente.
No entanto, apenas o fato de ter que mencionar isso a ela fez com que ele
sentisse-se incomodado. Ela ainda sentia-se fragilizada e com raiva. Como
ela reagiria?

Como Mark previra, Susan ficara horrorizada à idéia de ter que tomar o
ônibus novamente.
- "Eu estou cega!", ela respondeu amargamente. "Como posso saber onde
estarei indo? Eu sinto como se você estivesse abandonando-me!"
O coração de Mark quebrou-se ao ouvir estas palavras, mas ele sabia o que
deveria ser feito. Prometeu a ela que a cada manhã e a cada noite ele a
acompanharia até o ponto de ônibus, até que ela sentisse-se capaz de fazer
por si mesma. E foi exatamente isso o que aconteceu.

Durante duas semanas, Mark vestiu seu uniforme militar e acompanhou Susan
quando ela ia e vinha do trabalho.
Ele ensinou-lhe como confiar em seus outros sentidos, especialmente na
audição, para determinar onde ela estava e como adaptar-se a seu novo
ambiente.
Ele a ajudou a ser amiga do motorista de ônibus que poderia ajudá-la a
encontrar um assento.
Ele a fez rir, mesmo naqueles dias difíceis quando ela tropeçava degraus do
ônibus ou derrubava sua pasta.

A cada manha, eles faziam o mesmo caminho juntos e Mark pegava um táxi de
volta para seu trabalho. Embora essa rotina fosse mais cara e cansativa que
a anterior, Mark sabia que era apenas uma questão de tempo até que ela
pudesse pegar o ônibus por si só.
Ele acreditava nela, na Susan corajosa que enfrentava qualquer desafio, a
Susan que conhecera antes de ela ter perdido a visão.

Finalmente, Susan decidiu que estava pronta para experimentar a viagem
sozinha.
A manhã de segunda-feira chegou e antes de partir, ela abraçou Mark, seu
guia de ônibus, seu marido e melhor amigo. Seus olhos estavam molhados pela
gratidão, paciência, lealdade e amor que ele lhe devotava. Ela disse tchau e
pela primeira vez eles seguiram caminhos separados.

Segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira... cada dia ela
pegava o ônibus sozinha e sentia-se muito bem.

Na Sexta-feira pela manhã, Susan pegou o ônibus como normalmente havia
feito desde o inicio da semana. Enquanto estava pagando a passagem,o
motorista disse-lhe "Eu realmente a invejo".
Susan não tinha certeza se o motorista havia falado com ela.
Afinal de contas, quem em sã consciência teria inveja de uma mulher
cega que durante o ultimo ano estivera lutando para encontrar coragem para
viver?

Curiosa, perguntou ao motorista:
"Porque diz que me inveja?"

O motorista respondeu-lhe:
- "deve ser muito bom ser tão cuidada e protegida como você é."

Susan não tinha idéia sobre o que ele estava falando e perguntou "o que o
senhor quer dizer com isso?" O motorista respondeu-lhe:

- "A senhora sabe, todas as manhãs dessa ultima semana, um bonito cavalheiro
num uniforme militar tem lhe observado enquanto a senhora sai do ônibus. Ele
se assegura de que a senhora atravessa a rua de forma segura e de que entra
naquele prédio comercial. Então, ele lhe lança um beijo, faz um aceno
discreto e vai embora. A senhora é uma pessoa abençoada."

Lagrimas de felicidade rolaram pelo rosto de Susan, pois ela não podia vê-lo
mas ela sempre sentiu a presença de Mark.
Ela era realmente uma pessoa abençoada, pois ele havia dado-lhe um presente
muito mais poderoso que a visão, um presente que ela não precisava ver para
acreditar – o presente do amor que pode trazer a luz a qualquer lugar onde
haja escuridão.

Deus nos observa da mesma maneira.

Podemos não saber que Ele está presente. Podemos não ver Sua face, no
entanto, Ele sempre está lá!
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Autor Texto: J.Malthi
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COMECE POR VOCÊ

Para quem tem olhos de ver, em toda parte ensinamentos se fazem presentes.

No túmulo de um bispo anglicano, que está na cripta da Abadia de Westminster, na praça do Parlamento, em Londres, pode-se ler o seguinte:

Quando eu era jovem, livre, e minha imaginação não tinha limites, eu sonhava em mudar o mundo.

À medida que me tornei mais velho e mais sábio, descobri que o mundo não ia mudar. Reduzi, então, meu campo de visão e resolvi mudar apenas meu país.

Mas acabei achando que isso, também, eu era incapaz de mudar.

Envelhecendo, numa última e desesperada tentativa, decidi mudar apenas minha família, os mais próximos, mas, ai de mim, eles não estavam mais ali.

Agora, no meu leito de morte, de repente percebo: se eu tivesse primeiro me empenhado apenas em mudar a mim mesmo, pelo meu exemplo eu teria mudado minha família.

Com a inspiração da família e encorajado por ela, teria sido capaz de melhorar meu país e, quem sabe, poderia até ter mudado o mundo.

* *

Quase sempre, pensamos e agimos exatamente assim. É comum lermos um trecho do Evangelho e logo pensarmos como aquelas frases seriam muito importantes para alguém da nossa família.

Quando ouvimos uma palestra edificante, que concita ao bem, logo nos vem à mente o pensamento de que seria muito bom se determinada pessoa estivesse ali para ouvir.

Isso faria muito bem para ela! É o que dizemos para nós mesmos.

Como esta informação a poderia modificar, mudar sua forma de agir.

Quando estamos vinculados a uma determinada religião, o pensamento não é diferente.

Ficamos a desejar que nossos parentes, nossos amigos, colegas professem a mesma crença, comunguem dos mesmos ideais.

Por vezes, chegamos a nos tornar um pouco inconvenientes, ou talvez até em demasia, mandando recados, frases escolhidas para os amigos.

Tudo nesse intuito de que eles as leiam, as absorvam e coloquem em prática.

São frases que se referem aos bons costumes, à ética, à moral e quem as recebe, com certeza, pensará também:

Seria muito bom que o remetente colocasse em prática essas fórmulas. Ele precisa disso.

Por isso é que o Mundo ainda não é esse local especial que tanto ansiamos: um oásis de compreensão, com aragem de paz e fontes cantantes de fraternidade.

Porque cada um de nós deseja, pensa, anseia por mudar o outro. Por fazer que o outro se revista de compreensão, de polidez.

Contudo, o Modelo e Guia da Humanidade estabeleceu que cada um deve dar conta da sua própria administração.

Administração da sua vida, dos seus deveres, da sua missão.

O mundo é a somatória de todos nós, das ações de todos os homens.

Cabe-nos pois a inadiável decisão de nos propormos à própria melhoria.

E hoje, hoje é o melhor dia para isso. Nem amanhã, nem depois.

Hoje. Comecemos a pensar em que poderemos nos melhorar.

Quem sabe, um gesto de gentileza? Que tal um Bom dia? Um Obrigado, um sorriso?

Pensemos nisso.

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Redação do Momento Espírita.
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