domingo, 27 de janeiro de 2008

O CÁLICE


Por que ajuízas com ironia,
Sobre as obscuridades do irmão que sobe dificilmente a montanha?

Quando atravessava a floresta,
O pobrezinho julgou que o Amado lhe falava à mente pela voz do trovão.
E lhe erigiu altares
Enfeitados de flechas.

Depois,
Quanto penetrou noutros círculos,
Acreditou que o Senhor pertencia somente ao seu grupo
E que as outras comunidades humanas eram condenadas...
Lutou, sofreu, feriu-se em dolorosas experiências.

O Amado, porém, jamais o deserdou por isso.
Deu-lhe novas forças,
Concedeu-lhe oportunidades diferentes.
Por vezes,
Buscou-o no fundo dos abismos,
Como pai carinhoso,
Em busca da criancinha abandonada.

De tempos em tempos,
Fê-lo dormir ao regaço,
Ao influxo do bendito esquecimento,
Para que o sol do trabalho lhe sorrisse outra vez.
Não observas em seu caminho áspero a tua própria história?

Não atormentes com palavras amargas o irmão que se eleva
Laboriosamente,
Dando ao mundo o que possuí de melhor.
Ama-o, faze-lhe o bem que possas.

Se já atingiste
Algum topo de colina,
Contempla as culminâncias que te aguardam
Entre as nuvens,
E estende as mãos fraternas
Àquele que ainda não pode ver o que já vês!!!
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ALMA EROS
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AOS CRENTES


Sou o cantor das místicas baladas
Que, em volutas de flores e de incenso,
Achou, no Espaço luminoso e imenso,
O perfume das hóstias consagradas.


Almas que andais gemendo nas estradas
Da amargura e da dor, eu vos pertenço,
Atravessai o nevoeiro denso
Em que viveis no mundo, amortalhadas.


Almas tristes de freiras e sorores,
Sobre quem a saudade despetala
Os seus lírios de pálidos fulgores;


Eu ressurjo nos místicos prazeres,
De vos cantar, na sombra onde se exala
Um perfume de altar e misereres...
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ALPHONSUS DE GUIMARÃES
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sábado, 26 de janeiro de 2008

CALMA



Se você está no ponto de estourar mentalmente silencie alguns instantes para pensar.

Se o motivo é moléstia no próprio corpo, a intranqüilidade traz o pior.
Se a razão é enfermidade em pessoa querida, o seu desajuste é fator agravante.
Se você sofreu prejuízos materiais, a reclamação é uma bomba atrasada, lançando caso novo.

Se perdeu alguma afeição, a queixa tornará você uma pessoa menos simpática, junto de outros amigos.
Se deixou alguma oportunidade valiosa para trás, a inquietação é desperdício de tempo.

Se contrariedades aparecem, o ato de esbravejar afastará de você o concurso espontâneo.
Se você praticou um erro, o desespero é porta aberta a faltas maiores.
Se você não atingiu o que desejava, a impaciência fará mais larga distância entre você e o objetivo a alcançar.

Seja qual for a dificuldade, conserve a calma, trabalhando, porque, em todo problema, a serenidade é o teto da alma,
pedindo o serviço por solução.
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ANDRÉ LUIZ
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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

DEUS...


Deus costuma usar a solidão
para nos ensinar sobre a convivência.

Às vezes, usa a raiva,
para que possamos compreender
o infinito valor da paz.

Outras vezes usa o tédio,
quando quer nos mostrar a importância da aventura e do abandono.

Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar sobre a responsabilidade
do que dizemos.

Às vezes usa o cansaço,
para que possamos compreender
o valor do despertar.

Outras vezes usa doença,
quando quer nos mostrar
a importância da saúde.

Deus costuma usar o fogo, para nos ensinar sobre água.

Às vezes, usa a terra,
para que possamos compreender o valor do ar.

Outras vezes usa a morte,
quando quer nos mostrar
a importância da vida".
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Fernando Pessoa
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TESTE -2-

TRANQÜILIDADE


1. Comece o dia na luz da Oração.
O amor de Deus nunca falha.

2. Aceite qualquer dificuldade sem discutir.
Hoje é o tempo de fazer o melhor.

3. Trabalhe com alegria.
O preguiçoso, ainda mesmo quando se mostre num pedestal de ouro maciço, é um cadáver que pensa.

4. Faça o bem o quanto possa.
Cada criatura transita entre as próprias criações.

5. Valorize os minutos.
Tudo volta, com exceção da hora perdida.

6. Aprenda a obedecer no culto das próprias obrigações.
Se você não acredita na disciplina, observe um carro sem freio.

7. Estime a simplicidade.
O luxo é o mausoléu dos que se avizinham da morte.

8. Perdoe sem condições.
Irritar-se é o melhor processo de perder.

9. Use a gentileza, mas, de modo especial dentro da própria casa.
Experimente atender os familiares como você trata as visitas.

10. Em favor de sua paz conserve fidelidade a si mesmo.
Lembre-se de que, no dia do Calvário, a massa aplaudia a causa triunfante dos crucificadores, mas o Cristo, solitário e
vencido, era a causa de Deus.

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ANDRÉ LUIZ
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terça-feira, 22 de janeiro de 2008

QUANDO FILHO MEU...


QUANDO FILHO MEU
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QUANDO,nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem aos olhos Busca-Me: Eu sou Aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas;

QUANDO te julgares incompreendido pelos que te circundam e vires que em torno a indiferença recrudesce, acerca-te de Mim: eu sou a LUZ,sob cujos raios se claram a pureza de tuas intenções e a nobreza de teus sentimentos;

QUANDO se te extinguir o ânimo,as vicissitudes da vida e te achares na eminência de desfalecer,chama-Me: Eu sou a força capaz de remover-te as pedras dos caminhos e sobrepor-te às adversidades do mundo;

QUANDO, inclementes,te açoitarem os vendavais da sorte e já não souberes onde reclinar a cabeça,corre para junto de Mim: Eu sou o REFÚGIO,em cujo seio encontrarás guarida para o teu corpo e tranqüilidade para o teu espírito;

QUANDO te faltar acalma,
nos momentos de maior aflição,e te julgares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoca-Me: Eu sou a PACIÊNCIA que te faz vencer os transes mais dolorosos e triunfar nas situações mais difíceis;

QUANDO te abateres nos paroxismos da dor e tiveres a alma ulcerada pelos abrolhos dos caminhos,grita por Mim:Eu sou o BÁLSAMO que te cicatriza as chagas e te minora os padecimentos;

QUANDO o mundo te iludir com suas promessas falazes e perceberes que já ninguém pode inspirar-te confiança,vem a Mim: Eu sou a SINCERIDADE, que sabe corresponder à fraqueza de tuas atitudes e à exelsitude de teus ideais;

QUANDO a tristeza e a melancolia te povoarem o coração e tudo te causar aborrecimento,clama por Mim:Eu sou a ALEGRIA,que te insufla um alento novo e te faz conhecer os encantos de teu mundo interior;

QUANDO, um a um,te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no auge do desespero, apela para Mim:Eu sou a ESPERANÇA,que te robustece a fé e acalenta os sonhos;

QUANDO a impiedade se recusar a relevar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano,procura-Me: eu sou o PERDÃO, que te eleva o ânimo e promove a reabilitação de teu espírito;

QUANDO duvidares de tudo,até de tuas próprias convicções,e o ceticismo te avassalar a alma, recorre a Mim:Eu sou a CRENÇA,que te inunda de luz o entendimento e te reabilita para a conquista da felicidade;

QUANDO já não aprovares a sublimidade de uma afeição sincera e te desiludires do sentimento de seu semelhante, aproxima-te de Mim:Eu sou a RENÚNCIA, que te ensina a olvidar a ingratidão dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo;

QUANDO,enfim,quiseres saber quem Sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta,à flor que desabrocha e à estrela que cintila,ao moço que espera e ao velho que recorda.Eu sou a dinâmica da Vida e a harmonia da Natureza;chamo-me AMOR, o remédio para todos os males que te atormentam o espírito.

Estende-Me,pois,a tua mão...alma filha de minha alma que eu te conduzirei,numa seqüência de êxtases e deslumbramentos, às serenas mansões do infinito,sob a luz brilhante da ETERNIDADE.

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RUBENS ROMANELLI

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TESTE 1

O QUE MAIS SOFREMOS

O que mais sofremos no mundo –

Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la.
Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento.

Não é a doença. É o pavor de recebê-la.
Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.
Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.

Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.
Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.
Não é a injúria. É o orgulho ferido.

Não é a tentação. É a volúpia de experimentar-lhe os alvitres.
Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.
Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflições que criamos,
desenvolvemos e sustentamos contra nós.
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ALBINO TEIXEIRA
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REFLEXÃO 1


Torne seu amor sólido como a rocha, flexível como a água,
extenso como o céu, profundo como o oceano.
Não imponha limites nem barreiras para o que não tem
fronteiras.
A cada vez que se sentir próximo de colapsar, recorde-se de que
existem formas novas de nutrir o amor, seja na impessoalidade de um
serviço voluntário, seja na ternura do amor materno, seja na calidez de
uma relação amiga.

Quebre os preconceitos que o fazem presa do passado, de
modelos, esquemas e valores ultrapassados, inadequados às
complexas realidades modernas, mutáveis, imprevisíveis. Tudo
progride. Princípios há eternos, como a integridade. Como isso,
porém, expressa-se no cotidiano, varia de povo, cultura, lugar e
circunstâncias. O bom senso, a lucidez e a maturidade de cada um é
que lhes dá aplicação.

Se seu coração lhe pede algo, faça. Não o impulso do desejo ou
do prazer, que não são o coração, mas as vísceras a falarem. Falo do
ímpeto de alma de dar-se, servir, transbordar-se no outro, para o outro.
Esse impulso é sagrado, ainda que não surja trajado conforme as
convenções sociais apregoem seja o correto.

Jesus chamou de hipócritas aos componentes da classe
ortodoxa dos fariseus, preocupados com as aparências, com a
obediência fiel e irrestrita a ritos, tradições, regras sociais e leis,
esquecidos do essencial: o próprio coração, a inteireza de alma de
quem faz algo porque sinceramente se sente a isso impelido, e não
para preservar costumes. Não queira ser desses que, como disso o
Cristo, assemelham-se a sepulcros caiados: brancos por fora, e cheios
de podridão e rapina por dentro.

Ame, sincera, desmedida e responsavelmente. E o resto, de
fato, virá por acréscimo.
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BRÍGIDA
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EM TI MESMO


" Tens fé? Tem-na em ti mesmo, diante de Deus." - Paulo. ( Romanos, 14: 22. )
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No mecanismo das realizações diárias, não é possível esquecer a criatura aquela expressão de confiança em si mesma, e que deve manter na esfera das obrigações que tem de cumprir à face de Deus.

Os que vivem na certeza das promessas divinas são os que guardam a fé no poder relativo que lhes foi confiado e, aumentando-o pelo próprio esforço, prosseguem nas edificações definitivas, com vistas à eternidade.

Os que, no entanto, permanecem desalentados quanto às suas possibilidades, esperando em promessas humanas, dão a idéia de fragmentos de cortiça, sem finalidade própria, ao sabor das águas, sem roteiro e sem ancoradouro.

Naturalmente, ninguém poderá viver na Terra sem confiar em alguém de seu círculo mais próximo; mas, a afeição, o laço amigo, o calor das dedicações elevadas não podem excluir a confiança em si mesmo, diante do Criador.

Na esfera de cada criatura, Deus pode tudo; não dispensa, porém, a cooperação, a vontade e a confiança do filho para realizar. Um pai que fizesse, mecanicamente, o quadro de felicidades dos seus descendentes, exterminaria, em cada um, as faculdades mais brilhantes.

Por que te manterás indeciso, se o Senhor te conferiu este ou aquele trabalho justo? Faze-o retamente, porque se Deus tem confiança em ti para alguma coisa, deves confiar em ti mesmo, diante dEle.
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EMMANUEL
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

OS DESCOBRIDORES DO HOMEM


Finda a leitura de alguns trechos da história de Job, a palestra na residência da Simão versou acerca da fidelidade da alma ao Pai Todo - Poderoso.

Diante da vibração de alegria em todos os semblantes, Jesus contou, bem - humorado:

- Apareceu na velha cidade de Nínive um homem tão profundamente consagrado a Deus que todos os seus contemporâneos, por isso, lhe rendiam especial louvor. Tão rasgados eram os elogios à sua conduta que as informações subiram ao Trono do Eterno. E, porque vários Arcanjos pedissem ao Todo-Poderoso a transferência dele para o Céu, determinou a Divina Sabedoria fosse procurado, na selva da carne, a fim de verificar-se, com exatidão, se estava efetivamente preparado para a sublime investidura.

Para isso, os Anjos Educadores, a serviço do Altíssimo, enviaram à Terra quatro rudes descobridores de homens santificados - e a Necessidade, o Dinheiro, o Poder e a Cólera desceram, cada qual a seu tempo, para efetuarem as provas indispensáveis.

A Necessidade que, em casos desses, sempre surge em primeiro lugar, aproximou-se do grande crente e se fez sentir, de vários modos, dando-lhe privações, obstáculos, doenças e abandono de entes amados; entretanto, o devoto, robusto na confiança, compreendeu na mensageira uma operária celeste e venceu-a, revelando-se cada vez mais firme nas virtudes de que se tornara modelo.

Chegou, então, a vez do Dinheiro. Acercou-se do homem e conferiu-lhe mesa lauta, recursos imensos e considerações sociais de toda sorte; mas o previdente aprendiz lembrou-se da caridade e, afastando-se das insinuações dos prazeres fáceis, distribuiu moedas e posses em multiplicadas obras do bem, conquistando o equilíbrio financeiro e a veneração geral.

Vitorioso na segunda prova, veio o Poder que o investiu de larga e brilhante autoridade.
O devoto, contudo, recordou que a vida, com todas as honrarias e dons, é simples empréstimo da Providência Celestial e usou o Poder com brandura, educando quantos o rodeavam, por intermédio da instrução e do trabalho bem orientados, recebendo, em troca, a obediência e a admiração do povo entre o qual nascera.

Triunfante e feliz, o crente foi visitado, enfim, pela Cólera. De maneira a sondar-lhe a posição espiritual, a instrutora invisível valeu-se dum servo fraco e ignorante e tocou-lhe o amor próprio, falando, com manifesta desconsideração, em assunto privado que, embora expressão da verdade, constituía certo desrespeito a qualquer pessoa de sua estatura social e indiscutível dignidade.

O devoto não resistiu. Intensa onda sanguínea lhe surgiu no rosto congesto e ele se desfez em palavras contundentes, ferindo familiares e servidores e prejudicando as próprias obras.
Somente depois de muitos dias, conseguiu restaurar a tranquilidade, quando, porém, a Cólera já lhe havia desnudado o íntimo, revelando-lhe o imperativo de maior aperfeiçoamento e notificando ao Senhor que aquele filho, matriculado na escola de iluminação, ainda requeria muito tempo, na experiência purificadora, para situar-se nas vibrações gloriosas da vida superior.

Curiosidade geral transparecia do semblante de todos os presentes, que não ousaram trazer à baila qualquer nova ponderação. Estampando no rosto sereno sorriso, o Cristo terminou:
- Quando o homem recebe todas as informações de que necessita para elevar-se ao Céu, determina o Pai Amoroso seja ele procurado pelas potências educadoras. A maioria dos crentes perdem a boa posição, que aparentemente desfrutavam , nos exercícios da Necessidade que lhes examina a resistência moral; muitos voltam estragados das sugestões do Dinheiro que lhes observa o desprendimento dos objetivos inferiores e a capacidade de agir na sementeira do bem; alguns caem, desastradamente, pelas insinuações do Poder que lhes experimenta a competência para educar e salvar os companheiros da jornada humana, e raríssimos são aqueles que vencem a visita inesperada da Cólera, que vem ao círculo do homem anotar-lhe a diminuição do amor próprio, sem a qual o espírito não reflete o brilho e a grandeza do Criador, nos campos da vida eterna.

O Mestre calou-se, sorriu compassivamente, de novo, e , porque ninguém retomasse a palavra, a reunião da noite foi encerrada.
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NEIO LÚCIO
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domingo, 20 de janeiro de 2008

COM JESUS


Devotados obreiros de Jesus,
O Evangelho convida-nos além,
À Mansão da Verdade de onde vem
O brilho eterno da divina luz.

Eis que a bênção do Mestre nos conduz
Para a celestial Jerusalém
Pelo arado de lágrimas da cruz!

Cultivemos o campo do Senhor,
Às claridades do Consolador,
Em que a humildade e a paz possam florir...

Todo cristão fiel que vence o mal
É a esperança do Amor Universal
Para a Terra ditosa do porvir.
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JOÃO DE DEUS
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NA GRANDE ROMAGEM

" Pela fé, Abrãao, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia."- Paulo
( HEBREUS, 11: 8. )

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Pela fé, o aprendiz do Evangelho é chamado, como Abraão, à sublime herança que lhe é destinada.

A constrição atinge a todos.
O grande patriarca hebreu saiu sem saber para onde ia...
E nós, por nossa vez, devemos erguer o coração e partir igualmente.
Ignoramos as estações de contacto na romagem enorme, mas estamos informados de que o nosso objetivo é Cristo Jesus.
Quantas vezes seremos constrangidos a pisar sobre espinheiros da calúnia? Quantas vezes transitaremos pelo trilho escabroso da incompreensão? Quantos aguaceiros de lágrimas nos alcançarão o espírito? Quantas nuvens estarão interpostas, entre o nosso pensamento e o Céu, em largos trechos da senda?

Insolúvel a resposta.

Importa, contudo, marchar sempre, no caminho interior da própria redenção, sem esmorecimento.
Hoje, é o suor intensivo; amanhã é a responsabilidade; depois, é o sofrimento e, em seguida, é a solidão...
Ainda assim, é indispensável seguir sem desânimo.

Quando não seja possível avançar dois passos por dia, desloquemo-nos para diante, pelo menos, alguns milímetros...
Abre-se a vanguarda em horizontes novos de entendimento e bondade, iluminação espiritual e progresso na virtude.

Subamos sem repouso, pela montanha escarpada:
vencendo desertos...
Superando dificuldades...
Varando nevoeiros...
Eliminando obstáculos...

Abraão obedeceu, sem saber para onde ia, e encontrou a realização da sua felicidade.

Obedeçamos, por nossa vez, conscientes de nossa destinação e convictos de que o Senhor nos espera, além da nossa cruz, nos cimos resplandecentes da eterna ressurreição.
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EMMANUEL
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A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE

Se depositamos toda a nossa confiança no Senhor, forçosamente deveremos esperar por sua ajuda. " Feliz o homem que pôs sua esperança no Senhor" ( SI 40, 5).

"Só em Deus repousa a minha alma, é dele que me vem o que espero. Só ele é rochedo e minha salvação; minha fortaleza; jamais vacilarei.

Só em Deus encontrarei glória e salvação. Ele é meu rochedo protetor, meu refúgio está nele" ( SI 61, 6-8).
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" A esperança é a última que morre". Quantas vezes ouviu ou talvez você mesmo tenha proferido esta frase!
E não é que seja fora do acerto, mas acontece que pode ser entendida de maneira errada e, com isso, converter-se num anestesiante das forças do espírito.

Esperar e deixar-se embalar; esperar... e aguardar passivamente; esperar... e adormecer; esperar... e enganar-se. Tudo isto constitui formas diversas de covardia, de inação, de preguiça; são formas com as quais acobertamos estados psíquicos que temos, pouco confessáveis para nossa própria consciência.

Em compensação, trabalhar com perseverança, esforçar-se com bravura, pensar seriamente em ordem à ação, confiar em si mesmo e confiar em Deus, esperar que nosso esforço pessoal há de triunfar e que para isso Deus nos ajudará, isto é verdadeiramente "esperança".

A esperança não pode inibir, não pode alienar; a esperança solta as asas e impele para a ação.
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ALFONSO MILAGRO
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QUE É A CARNE ?


" Se vivemos em espírito, andemos também em espírito." - Paulo ( Gálatas, 5 : 25 . )

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Quase sempre, quando se fala de espiritualidade, apresentam-se muitas pessoas que se queixam das exigências da carne.


É verdade que os apóstolos muitas vezes falaram de concupiscências da carne, de seus criminosos impulsos e nocivos desejos. Nós mesmos, frequentemente, nos sentimos na necessidade de aproveitar o símbolo para tornar mais acessíveis as lições do Evangelho.
O próprio Mestre figurou que o espírito, como elemento divino, é forte, mas que a carne, como expressão humana, é fraca.
Entretanto, que é a carne?

Cada personalidade espiritual tem o seu corpo fluídico e ainda não percebestes, porventura, que a carne é um composto de fluidos condensados? Naturalmente, esses fluidos, em se reunindo, obedecerão aos imperativos da existência terrestre, no que designais por lei de hereditariedade; mas, esse conjunto é passivo e não determina por si. Podemos figurá-lo como casa terrestre, dentro da qual o espírito é dirigente, habitação essa que tomará as características boas ou más de seu possuidor.

Quando falamos em pecados da carne, podemos traduzir a expressão por faltas devidas à condição inferior do homem espiritual sobre o planeta.

Os desejos aviltantes, os impulsos deprimentes, a ingratidão, a má-fé, o traço do traidor, nunca foram da carne.
É preciso se instale no homem a compreensão de sua necessidade de auto- domínio, acordando-lhe as faculdades de disciplinador e renovador de si mesmo, em Jesus- Cristo.

Um dos maiores absurdos de alguns discípulos é atribuir ao conjunto de células passivas, que servem ao homem, a paternidade dos crimes e desvios da Terra, quando sabemos que tudo procede do espírito.
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EMMANUEL
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sábado, 19 de janeiro de 2008

NA ESFERA ÍNTIMA


" Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons dispensadores da multiforme graça de Deus".
- Pedro - I Pedro, 4 - 10.
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A vida é máquina divina da qual todos os seres são peças importantes e a cooperação é o fator essencial na produção da harmonia e do bem para todos.

Nada existe sem significação.
Ninguém é inútil.
Cada criatura recebeu determinado talento da Providência Divina para servir no mundo e para receber do mundo o salário da elevação.
Velho ou moço, com saúde do corpo ou sem ela, recorda que é necessário movimentar o dom que recebeste do Senhor para avançar na direção da Grande Luz.
Ninguém é tão pobre que nada possa dar de si mesmo.

O próprio paralítico, atado ao catre da enfermidade, pode fornecer aos outros a paciência e a calma, em forma de paz e resignação.
Não olvides, pois , o trabalho que o Céu te conferiu e foge à preocupação de interferir na tarefa do próximo, a pretexto de ajudar.
Quem cumpre o dever que lhe é próprio, age naturalmente a benefício do equilíbrio geral.

Muitas vezes, acreditando fazer mais corretamente que os outros, o serviço que lhes compete, não somos senão agentes de desarmonia e perturbação.
Onde estivermos, atendamos com diligência e nobreza a missão que a vida nos oferece.
Lembra-te que as horas são as mesmas para todos e de que o tempo é o nosso silencioso e inflexível julgador.

Ontem, hoje e amanhã são três fases do caminho único.
Todo dia é ocasião de semear e colher.

Observemos, assim, a tarefa que nos cabe e recordemos a palavra do Evangelho -
" cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons dispensadores da multiforme graça de Deus", para que a graça de Deus nos enriqueça de novas graças.
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EMMANUEL
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O SANTO DESILUDIDO


Inclinara-se a palestra no lar humilde de Cafarnaum, para os assuntos alusivos à devoção, quando o Mestre narrou com significativo tom de voz:

- Um venerado devoto retirou-se, em definitivo, para uma gruta isolada, em plena floresta, a pretexto de servir a Deus. Ali vivia, entre orações e pensamentos que julgava irrepreensíveis, e o povo, crendo tratar-se de um santo messias, passou a reverenciá-lo com intraduzível respeito. Se alguém pretendia efetuar qualquer negócio no mundo, dava-se pressa em buscar-lhe o parecer. Fascinado pela alheia consideração, o crente, estagnado na oração sem trabalho, supunha dever situar toda gente em seu modo de ser, com a respeitável desculpa de conquistar o paraíso.

Se um homem ativo e de boa-fé lhe trazia à apreciação algum plano de serviço comercial, ponderava, escandalizado:
- É um erro. Apague a sede de lucro que lhe ferve nas veias. Isto é ambição criminosa.
Venha orar e esquecer a cobiça.

Se esse ou aquele jovem lhe rogava opinião sobre o casamento, clamava, aflito:
- É disparate. A carne está submetendo seu espírito. Isto é luxúria. Venha orar e consumir o pecado.

Quando um ou outro companheiro lhe implorava conselho acerca de algum elevado encargo, na administração pública, exclamava, compungido:
- É um desastre. Afaste-se da paixão pelo poder. Isto é vaidade e orgulho. Venha orar e vencer os maus pensamentos.

Surgindo pessoa de bons propósitos, reclamando-lhe a opinião quanto a alguma festa de fraternidade em projeto, objetava, irritadiço:
- É uma calamidade. O júbilo do povo é desregramento. Fuja à desordem. Venha orar, subtraindo-se à tentação.

E assim, cada consulente, em vista da imensa autoridade que o santo desfrutava, se entristecia de maneira irremediável e passava a partilhar-lhe os ócios na soledade, em absoluta paralisia da alma.
O tempo, todavia, que tudo transforma, trouxe ao preguiçoso adorador a morte do corpo físico.

Todos os seguidores dele o julgaram arrebatado ao Céu ele mesmo acreditou que, do sepulcro, seguiria direto ao paraíso. Com inexcedível assombro, porém, foi conduzido por forças das trevas a terrível purgatório de assassinos.
Em pranto desesperado indagou, à vista de semelhante e inesperada aflição, dos motivos que lhe haviam sitiado o espírito em tão pavoroso e infernal torvelinho, sendo esclarecido que, se não fora homicida vulgar na Terra, era ali identificado como matador da coragem e da esperança em centenas de irmãos em humanidade.

Silenciou Jesus, mas João, muito admirado, considerou:
- Mestre, jamais poderia supor que a devoção excessiva conduzisse alguém a infortúnio tão grande!

O Cristo, porém, respondeu, imperturbável:
- Plantemos a crença e a confiança entre os homens, entendendo, entretanto, que cada criatura tem o caminho que lhe é próprio. A fé sem obras é uma lâmpada apagada. Nunca nos esqueçamos de que o ato de desanimar os outros, nas santas aventuras do bem, é um dos maiores pecados diante do Poderoso e Compassivo Senhor.
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NEIO LÚCIO
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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

SENHOR, QUE DEVO FAZER?


Se Cristo conta com você, acaso pode frustrá-lo? Não se esqueça de que o único santo que existe é a vontade de Deus.
Quando Paulo é derrubado do cavalo pelo Espírito de Deus, responde : " Senhor, que devo fazer?" ( At 22, 10 ).

Vá hoje mesmo ao Sacrário e pergunte-lhe você mesmo. Escute o que Ele vai lhe responder.

Não sei o que vale minha vida,
mas a Cristo a quero entregar;
sei muito bem que seu amor me recebe,
e em suas mãos a venho deixar.
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Não é tão fácil reconhecer, consigo mesmo, que alguém " não quer" fazer as coisas; é muito mais fácil arranjar uma desculpa que nos dispense dos compromissos, de nossos deveres.
A desculpa mais fácil é dizer " Não posso", e com essa desculpa já ficamos tranquilos; em nosso íntimo, porém, sabemos muito bem que não é certo que não podemos; e assim tratamos de tranquilizar-nos, dizendo a nós mesmos que " não sabemos como agir"; e como esta segunda desculpa também não chega a tranquilizar nossa consciência, então de novo apontamos para a realização, com um tímido " Creio que não posso".

Restam finalmente os três últimos lances antes de chegar à realização da obra, que são: " posso, quero, faço".

Fique certo de que, se fizesse tudo quanto pode, você mesmo ficaria assombrado ao ver do que você é capaz; agora deixo com você minha pergunta: e, se você pode muito mais do que está fazendo, não estará obrigado a fazê-lo?
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ALFONSO MILAGRO
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CRISTO E NÓS


" E disse-lhe o Senhor em visão: - Ananias! E ele respondeu: - Eis-me aqui, Senhor!" -
( ATOS, 9: 10. )
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Os homens esperam por Jesus e Jesus espera igualmente pelos homens.
Ninguém acredite que o mundo se redima sem almas redimidas.
O mestre, para estender a sublimidade do seu programa salvador, pede braços humanos que o realizem e intensifiquem.

Começou o apostolado, buscando o concurso de Pedro e André, formando, em seguida, uma assembléia de doze companheiros para atacar o serviço da regeneração planetária.

E, desde o primeiro dia da Boa Nova, convida, insiste e apela, junto das almas, para que se convertam em instrumentos de sua Divina Vontade, dando-nos a perceber que a redenção procede do Alto, mas não se concretizará entre as criaturas sem a colaboração ativa dos corações de boa-vontade.

Ainda mesmo quando surge, pessoalmente, buscando alguém para a sua lavoura de luz, qual aconteceu na conversão de Paulo, o Mestre não dispensa a cooperação dos servidores encarnados. Depois de visitar o doutor de Tarso, diretamente, procura Ananias, enviando-o a socorrer o novo discípulo.

Por que razão Jesus se preocupou em acompanhar o recém-convertido, assistindo-o em pessoa? É que, se a Humanidade não pode iluminar-se e progredir sem o Cristo não dispensa os homens na obra de soerguimento e sublimação do mundo.

" Ide e pregai."
" Eis que vos mando."
"Resplandeça a vossa luz diante dos homens."
" A Seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros."

Semelhantes afirmativas do Senhor provam a importância por ele atribuída à contribuição humana.

Amemos e trabalhemos, purificando e servindo sempre.

Onde estiver um seguidor do Evangelho aí se encontra um mensageiro do Amigo Celestial para a obra incessante do bem.

Cristianismo significa Cristo e nós.
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EMMANUEL
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SUOR E LAGRIMAS


Suor é trabalho.
Lágrima é sofrimento.
Com o suor aprendemos.
Com a lágrima purificamos.
O trabalho esclarece.
O sofrimento redime.
Sem suor o mundo agonizaria na inércia.
Sem lágrimas a consciência perder-se-ia no erro.


Sem trabalho não teríamos a escola que habilita o homem ao progresso.
Sem o sofrimento não encontraríamos o santuário de nossa redenção para a imortalidade.

Com o suor engrandecemos a passagem pela Terra.
Com a lágrima rasgamos a senda para o Céu.
Suando, aperfeiçoamo-nos.
Sofrendo, santificamo-nos.

Homens, nossos irmãos do grande caminho, aceitemos no suor e nas lágrimas, nossos guias para a ascensão a Deus.

Rendamos culto aos silenciosos e sublimes instrutores que nos visitam em nome do Senhor. E, suando e sofrendo, guardemos a certeza de que construiremos as asas divinas que nos transportarão das sombras do mundo à glória da Vida Eterna.
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SCHEILLA
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quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

OBREIRO SEM FÉ


" ... e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras."-
( TIAGO, 2: 18. )
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Em todos os lugares, vemos o obreiro sem fé, espalhando inquietação e desânimo.
Devota-se a determinado empreendimento de caridade e abandona-o, de início, murmurando:
-" Para quê? O mundo não presta."

Compromete-se em deveres da fé religiosa, para desfrutar-lhe os benefícios, entretanto, logo após, relega-a ao esquecimento, asseverando:- " Tudo isto é mentira e complicação."

Se convidado a posição de evidência, repete o velho estribilho: - " Não mereço! sou indigno!..."
Se trazido a testemunhos de humildade, afirma sob manifesta revolta: " Quem me ofende assim?"
E transita de situação em situação, entre a lamúria e a indisciplina, com largo tempo para sentir-se perseguido e desconsiderado.

Em toda parte, é o trabalhador que não termina o serviço por que se responsabilizou ou o aluno que estuda continuadamente, sem jamais aprender a lição.
Não te concentres na fé sem obras, que constitui embriaguez perigosa da alma, todavia, não te consagres à ação, sem fé no Poder Divino e em teu próprio esforço.

O servidor que confia na lei da Vida reconhece que todos os patrimônios e glórias do Universo pertencem a Deus. Em vista disso, passa no mundo, sob a luz do entusiasmo e da ação no bem incessante, completando as pequenas e grandes tarefas que lhe competem, sem enamorar-se de si mesmo na vaidade e sem escravizar-se às criações de que terá sido venturoso instrumento.

Revelemos a nossa fé, através das nossas obras na felicidade comum e o Senhor conferirá à nossa vida o indefinível acréscimo de amor e sabedoria, de beleza e poder.
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EMMANUEL
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NOS DONS DO CRISTO


" Mas a graça foi dada a cada um de nós, segundo a medida do dom do Cristo." - Paulo.
( EFÉSIOS, 4: 7. )

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A alma humana, nestes vinte séculos de Cristianismo, é uma consciência esclarecida pela razão, em plena batalha pela conquista dos valores iluminativos.

O campo de luta permanece situado em nossa vida íntima.
Animalidade versus espiritualidade.
Milênios de sombras cristalizadas contra a luz nascente.

E o homem, pouco a pouco, entre as alternativas de vida e morte, renascimento no corpo e retorno à atividade espiritual, vai plasmando em si mesmo as qualidades sublimes, indispensáveis à ascensão, e que, no fundo, constituem as virtudes do Cristo, progressivas em cada um de nós.

Daí a razão de a Graça Divina ocupar a existência humana ou crescer dentro dela, à medida que os dons de Jesus, incipientes, reduzidos, regulares ou enormes nela se possam expressar.

Onde estiveres, seja o que fores, procura aclimatar as qualidades cristãs em ti mesmo, com a vigilante atenção dispensada à cultura das plantas preciosas, ao pé do lar.
Quanto à Terra, todos somos suscetíveis de produzir para o bem ou para o mal.

Ofereçamos ao Divino Cultivador o vaso do coração, recordando que se o "solo consciente" do nosso espírito aceitar as sementes do Celeste Pomicultor, cada migalha de nossa boa - vontade será convertida em canal milagroso para a exteriorização do bem, com a multiplicação permanente das graças do Senhor, ao redor de nós .
Observa a tua " boa parte " e lembra que podes dilatá-la ao infinito.
Não intentes destruir milênios de treva de um momento para outro.

Vale-te do esforço de auto - aperfeiçoamento cada dia.
Persiste em aprender com o Mestre do Amor e da Renúncia.

Não nos esqueçamos de que a Graça Divina ocupará o nosso espaço individual, na medida de nosso crescimento real nos dons do Cristo.
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EMMANUEL
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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

FRATERNIDADE


Sem que o sol guarde a Terra e sem que a Terra inteira
Obedeça ao Senhor, de segundo a segundo,
Estendendo o seu manto amoroso e fecundo,
Ninguém recolheria os dons da sementeira.

Sem que a semente desça ao vale negro e fundo,
Morrendo por servir aos júbilos da leira,
E sem que o lavrador do pão nos celeiros do mundo.


Sem a glória do bem cantando em toda estrada,
A vida rolaria estranha e desvairada
Às furnas abismais do Universo atro e mudo...

Assim também conosco, em plena luta humana,
Sem a Fraternidade esplêndida que irmana,
Tudo é miséria e dor na frustração de tudo.
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AMARAL ORNELLAS
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O JUIZ REFORMADO


Como houvesse o Senhor recomendado nas instruções do dia muita cautela no julgar, a conversação em casa de Pedro se desdobrava em derredor do mesmo tema.

- É difícil não criticar - comentava Mateus, com lealdade - porque, a todo instante, o homem de mediana educação é compelido a emitir pareceres na atividade comum.


- Sim - concordava André, muito franco -, não é fácil agir com acerto, sem analisar detidamente. Depois de vários depoimentos, em torno do direito de observar e corrigir, interferiu Jesus sem afetação:

- Inegavelmente, homem algum poderá cumprir o mandato que lhe cabe, no plano divino da vida, sem vigiar no caminho em que se movimenta, sob os princípios da retidão. Todavia, é necessário não inclinar o espírito aos desvarios do sentimento, para não sermos vitimados por nós mesmos. Seremos julgados pela medida que aplicarmos aos outros.
O rigor responde ao rigor, a paciência à paciência, a bondade à bondade...

E, transcorridos alguns instantes, contou:
- Quando Israel vivia sob o governo dos grandes juízes, existiu um magistrado austero e violento, em destacada cidade do povo escolhido, que imprimiu o terror e a crueldade em todos os serventuários sob a sua orientação. Abusando dos poderes que a lei lhe conferia, criou ordenações tirânicas para a punição das mínimas faltas.
Multiplicou infinitamente o número dos soldados, edificou muitos cárceres e inventou variados instrumentos de flagelação.

O povo, asfixiado por estranhas proibições, devia movimentar-se debaixo de severa fiscalização, qual se fora rebanho de bravios animais. Trabalharia, descansaria e adoraria o Senhor, em horas rigorosamente determinadas pela autoridade, sob pena de sofrer humilhantes castigos, nas prisões, com pesadas multas de toda espécie.

Se bem mandava o juiz, melhor agiam os subordinados, cheios de natural malvadez.
Assim foi que, certa feira, dirigindo-se o magistrado, alta noite, à casa de um filho enfermo, foi aprisionado, sem qualquer consideração, por um grupo de guardas bêbados e inconscientes que o conduziram a escura enxovia que ele mesmo havia inaugurado, semanas antes. Não lhe valeram a apresentação do nome e as honrosas insígnias de que se revestia. Tomado por temível ladrão, foi manietado, despojado dos bens que trazia e espancado sem piedade, afirmando os sentinelas que assim procediam, obedecendo às instruções do grande juiz, que era ele próprio.

Somente no dia imediato foi desfeito o equívoco, quando o infeliz homem público já havia sofrido a aplicação das penas que a sua autoridade estabelecera para os outros.

O legislador atribulado reconheceu, então, que era perigoso transmitir o poder a subalternos brutalizados e ignorantes, percebendo que a justiça construtiva e santificante é aquela que retifica ajudando e educando, na preparação do Reinado do Amor entre os homens.

Desde a singular ocorrência, a cidade adquiriu outro modo de ser, porque o juiz reformado, embora prosseguisse atento às funções que lhe competiam, ergueu, sobre o tribunal, a benefício de todos, o coração de pai compreensivo e amoroso.

Lá fora, brilhavam estrelas, retratadas nas águas serenas do grande lago. Depois de longa pausa, o Mestre concluiu:

- Somente aquele que aprendeu intensamente com a vida, estudando e servindo, suando e chorando para sustentar o bem, entre os espinhos da renúncia e as flores do amor, estará habilitado a exercer a justiça, em nome do Pai.
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NEIO LÚCIO
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

COVERSA PATERNA


- Filho: alvorece... Apega-te à charrua
E semeia teu mundo juvenil
De bondade e beleza, em graças mil,
Enquanto a vida em ti se alarga e estua.

Guarda a firmeza de quem não recua,
Ante os percalços do terreno hostil,
Quando o arado trabalha, ao céu de anil,
O serviço do Mestre continua...

Louva, cantando, a nova madrugada
Em que aparece a luta renovada,
Compelindo-te à luz do mais além.

Semeia, com Jesus, na manhã clara...
E encontrarás a glória da seara
No campo eterno do infinito bem.
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JOÃO DE DEUS
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AOS DISCÍPULOS

" Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos." - Paulo.

( I Coríntios, 1 : 23. )
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A vida moderna, com suas realidades brilhantes, vai ensinando às comunidades religiosas do Cristianismo que pregar é revelar a grandeza dos princípios de Jesus nas próprias ações diárias.
O homem que se internou pelo território estranho dos dircursos, sem atos correspondentes à elevação da palavra, expõe-se, cada vez mais, ao ridículo e à negação.

Há muitos séculos prevalece o movimento de filosofias utilitaristas. E, ainda agora, não escasseiam orientadores que cogitam da construção de palácios egoistícos à base do magnetismo pessoal e psicólogos que ensinam publicamente a sutil exploração das massas.
É nesse quadro obscuro do desenvolvimento intelectual da Terra que os aprendizes do Cristo são expoentes da filosofia edificante da renúncia e da bondade, revelando em suas obras isoladas a experiência divina dAquele que freferiu a crucificação ao pacto com o mal.

Novos discípulos, por isso, vão surgindo, além do sacerdócio organizado. Irmãos dos sofredores, dos simples, dos necessitados, os espiritistas - cristãos encontram obstáculos terríveis na cultura intoxicada da século e no espírito utilitário das idéias comodistas.
Há quase dois mil anos, Paulo de Tarso aludia ao escândalo que a atitude dos aprendizes espalhava entre os judeus e à falsa impressão de loucura que despertava nos ânimos dos gregos.

Os tempos de agora são aqueles mesmos que Jesus declarava chegados ao Planeta; e os judeus e gregos, atualizados hoje nos negocistas desonestos e nos intelectuais vaidosos, prosseguem na mesma posição do início. Entre eles, surge o continuador da Mestre, transmitindo-lhe o ensinamento com o verbo santificado pelas ações testemunhais.

Aparecem dificuldades, sarcasmos e conflitos...
O aprendiz fiel, porém, não se atemoriza.
O comercialismo da avareza permanecerá com o escândalo e a instrução demorar-se-á com os desequilíbrios que lhe são inerentes. Ele, contudo, seguirá adiante, amando, exemplificando e educando com o Libertador imortal.
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EMMANUEL
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domingo, 13 de janeiro de 2008

O NECESSÁRIO


" Mas uma só coisa é necessário." - Jesus.
( Lucas, 10: 42. )
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Terás muitos negócios próximos ou remotos, mas não poderás subtrair-lhes o caráter de lição, porque a morte te descerrará realidades com as quais nem sonhas de leve...

Administrarás interesses vários, entretanto, não poderás controlar todos os ângulos do serviço, de vez que a maldade e a indiferença se insinuam em todas as tarefas, prejudicando o raio de ação de todos os missionários da elevação.

Amealharás enorme fortuna, todavia, ignorarás, por muitos anos, a que região da vida te conduzirá o dinheiro.

Improvisarás pomposos discursos, contudo, desconheces as consequências de tuas palavras.

Organizarás grande movimento em derredor de teus passos, no entanto, se não construíres algo dentro deles para o bem legítimo, cansar-te-ás em vão.
Experimentarás muitas dores, mas, se não permaneceres vigilante no aproveitamento da luta, teus dissabores correrão inúteis.

Exaltarás o direito com o verbo indignado e ardoroso, todavia, é provável não estejas senão estimulando a indisciplina e a ociosidade de muitos.
" Uma só coisa é necessária", asseverou o Mestre, em sua lição a Marta, cooperadora dedicada e ativa.

Jesus desejava dizer que, acima de tudo, compete-nos guardar, dentro de nós mesmos, uma atitude adequada, ante os desígnios do Todo-Poderoso, avançando, segundo o roteiro que nos traçou a Divina Lei. Realizado esse " necessário", cada acontecimento, cada pessoa e cada coisa se ajustarão, a nossos olhos, no lugar que lhes é próprio.
Sem essa posição espiritual de sintonia com o Celeste Instrutor, é muito difícil agir alguém com proveito.
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EMMANUEL
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MAS JESUS SE CALAVA...

" Mas Jesus se calava e nada respondia"
( Mc 14, 61 ).
" O homem sábio guarda silêncio"
( Provérbios 11 , 12 ).
Há quem se cala e é considerado sábio e quem se torna odioso pela intemperança no falar...
O sábio permanece calado até o momento (oportuno), mas o leviano e imprudente não espera a ocasião" ( Eclo 20, 5-8 ).
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Saber falar e saber calar; não sabemos o que será mais fácil ou mais difícil, mais conveniente ou mais meritório.
Calar a seu próprio respeito, é humildade; não falar de si, quando se sente o desejo de expor os próprios méritos ou as próprias idéias ou iniciativas - é sinal de verdadeira humildade.

Calar os defeitos alheios, é caridade; não criticar os outros, suas atitudes, suas intenções, seus atos; não emitir julgamentos comparativos; não falar tanto dos outros, sempre com um desejo de crítica ou pessimismo - é certamente caridade.

Calar em tempo, é prudência; não falar quando nos sentimos com o impulso da reação, quando nos vem na ponta da língua toda uma série de palavras, insultos ou afrontas - isso é prudência.

Calar na dor, é heroísmo; não tratar de despejar nos corações dos outros os nossos próprios sofrimentos, as dores íntimas; torná-los participantes não tanto das dores, porém das alegrias, reservando para nós próprios as dores - isto é heroísmo.
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ALFONSO MILAGRO
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ORAÇÂO DAS MÃES


Senhor:

Abriste-me o próprio seio e confiaste-me os filhos do teu amor.
Não me deixes sozinha na estrada a percorrer.
Nas horas de alegria, dá-me temperança.
Nos dias de sofrimento, sê minha força.

Ajudá-me a governar o coração para que meu sentimento não mutile as asas dos anjos tenros que me deste; e adoça-me o raciocínio para que a minha devoção afetiva não se converta em severidade arrasadora.

Defende-me contra o egoísmo para que a minha ternura não se transforme em prisão daqueles que asilaste em meus braços.
Ensina-me a corrigir com amor, para que eu não possa trair o mandato de abnegação que depuseste em meu espírito.

Nos minutos difíceis, inclina-me à renúncia com que devo iluminar o trilho daqueles que me cercam.
Senhor, auxilia-me a tudo dar sem nada receber.
Mostra-me os horizontes eternos de Tua Graça, para que os desejos da carne não me encarcerem nas sombras.

Pai, sou também sua filha!

Guia-me nos caminhos escuros, a fim de que eu saiba conduzir ao Infinito Bem os promissores rebentos de Tua Glória.

Senhor, não me desampares !

Quando a Tua Sabedoria exigir o depósito de bênçãos com que me adornaste a estrada por empréstimo sublime, dá-me o necessário desapego para que eu te restitua as jóias vivas de meu coração, com serenidade e alegria; e quando a vida me impuser, em Teu Nome, o desprendimento e a solidão, reaquece minha alma ao calor de Teu Carinho celeste para que eu venere a Tua Vontade para sempre.

Assim seja.
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MEIMEI
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O INSTANTE DIVINO

Não deixes passar, despercebido, o teu divino instante de ajudar.
Surge, várias vezes nos sessenta minutos de cada hora, concitando-te ao enriquecimento de ti mesmo.
Repara vigilante.

Aqui, é o amigo que espera por uma frase de consolo. Ali, é alguém que te roga insignificante favor.

Além, é um companheiro exausto no terreno árido das provas, na expectativa de um gesto de solidariedade.
Acolá, é um coração dolorido que te pede algumas páginas de esperança. Mais além, é um velhinho que sofre e a quem um simples sorriso teu pode reanimar.

Agora, é um livro edificante que podes emprestar ao irmão de luta. Depois, é o auxílio eficiente com que será possível o socorro ao próximo necessitado.

Não te faças desatento.
Não longe de tua mesa, há quem suspire por um caldo reconfortante. E, enquanto te cobres, feliz, há quem padeça frio e nudez, em aflitiva expectação.

As horas voam.
Não te detenhas.
Num simples momento, é possível fazer muito.
Ao teu lado, a multidão das necessidades alheias espera por teu braço, por tua palavra, por tua compreensão...

Vale-te, pois, do instante que foge e semeia bênçãos para que o mundo se empobreça de miséria e, em se fazendo hoje mais rico de amor, possa fazer-te, amanhã, mais rico de luz.
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JOSÉ DE CASTRO
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O BOM LIVRO

O livro edificante é sementeira da Luz Divina,
aclarando o passado,
orientando o presente
e preparando o futuro...

Instrutor do espírito - esclarece sem exigências,
Medico da alma - cura sem ruído,
Sacerdote do coração - consola sem ritos exteriores.

Amigo vigilante - ampara em silêncio,
Compareiro devotado - jamais abandona,
Cooperador eficiente - não pede compensações.

Semeador do infinito - fecunda os sentimentos,
Benfeitor infatigável - permanece fiel,
Arquiteto do bem - constrói no espírito imorredouro.

Altar da simplicidade - revela a sabedoria,
Fonte inesgotável - jorra bênçãos de paz,
Campo benfazejo - prepara a vida eterna.

Lâmpada fulgurante - brilha sem ofuscar,
Árvore compassiva - frutifica sem condições,
Celeiro farto - supre sem perder.
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ANDRÉ LUIZ
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PELAS OBRAS

" E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra."
- Paulo. ( I Tessalonicenses, 5 : 13. )

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Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana.

Todos experimentamos a tendência de consagrar a maior estima apenas àqueles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista. Nosso devotamento é sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os hábitos enraizados e os princípios sociais; todavia, nem sempre nossas interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas diretrizes as mais elogiáveis.

Daí procede o impositivo de desintegração da concha do nosso egoísmo para dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, não pela servidão afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se norteiam em favor do bem comum.

Se amamos alguém tão-só pela beleza física, é provável encontremos amanhã o objeto de nossa afeição a caminho do monturo.
Se estimamos em algum amigo apenas a oratória brilhante, é possível esteja ele em aflitiva mudez, dentro em breve.

Se nos consagramos a determinada criatura só porque nos obedeça cegamente, é provável estejamos provocando a queda de outros, nos mesmos erros em que temos incidido tantas vezes.
É imprescindível aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir, a fim de avançarmos no rumo da vida superior.

Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espaço em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o SENHOR, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.
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EMMANUEL
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sábado, 12 de janeiro de 2008

O MENSAGEIRO DO AMOR


Falava-se na reunião, com respeito à preponderância dos sábios na Terra, quando Jesus tomou a palavra e contou, sereno e simples:

- Há muitos anos, quando o mundo perigava em calamitosa crise de ignorância e perversidade, o Poderoso Pai enviou-lhe um mensageiro da ciência, com a missão de entregar-lhe gloriosa mensagem de vida eterna. Temando forma, nos círculos da carne, o esclarecido obreiro fez-se professor e, sumamente interessado em letras, apaixonou-se exclusivamente pelas obras da inteligência, afastando-se, enojado, da multidão inconsiente e declarando que vivia numa vanguarda luminosa, inacessível à compreensão das pessoas comuns.

Observando-o incapaz de atender aos compromissos assumidos, o Senhor Compassivo providenciou a viagem de outro portador da ciência que, decorrido algum tempo, se transformou em médico admirado. O novo arauto
da Providência refugiou-se numa sala de ervas e beberagens, interessando-se tão somente pelo contacto com enfermos importantes habilitados à concessão de grandes recompensas, afirmando que a plebe era demasiado mesquinha para cativar-lhe a atenção.

O Todo - Poderoso determinou, então, a vinda de outro emissário da ciência, que se converteu em guerreiro célebre. Usou a espada do cálculo com mestria, pôs-se à ilharga de homens astuciosos e vingativos e, afastando-se dos humildes e dos pobres, afirmava que a única finalidade do povo era a de salientar a glória dos dominadores sanguinolentos.
Contristado com tanto insucesso, o Senhor Supremo expediu outro missionário da ciência, que, em breve, se fez primoroso artista. Isolou-se nos salões ricos e fartos, compondo música que embriagasse de prazer o coração dos homens provisoriamente felizes e afiançou que o populacho não lhe seduzia a sensibilidade que ele mesmo acreditava excessivamente avançada para o seu tempo.

Foi, então, que o Excelso Pai, preocupado com tantas negações, ordenou a vinda de um mensageiro de amor aos homens.

Esse outro enviado enxergou todos os quadros da Terra, com imensa piedade. Compadeceu-se do professor, do médico, do guerreiro e do artista, tanto quanto se comoveu ante a desventura e a selvageria da multidão e, decidido a trabalhar em nome de Deus, transformou-se no servo diligente de todos.

Passou a agir em benefício geral e, identificado com o povo a que viera servir, sabia desculpar infinitamente e repetir mil vezes o mesmo esforço ou a mesma lição.
Se era humilhado ou perseguido, buscava compreender na ofensa um desafio benéfico à sua capacidade de desdobrar-se na ação regeneradora, para testemunhar reconhecimento à confiança do Pai que o enviara. Por amar sem reservas os seus irmãos de luta, em muitas situações foi compelido a orar e pedir o socorro do Céu, perante as garras da calúnia e do sarcasmo; entretanto entendia, nas mais baixas manifestações da natureza humana, dobrados motivos para consagrar-se, com mais calor, à melhoria dos companheiros animalizados, que ainda desconheciam a grandeza e a sublimidade do Pai Benevolente que lhes dera o ser.

Foi assim, fazendo-se o último de todos, que conseguiu acender a luz da fé renovadora e da bondade pura no coração das criaturas terrestres, elevando-as a mais alto nível, com plena vitória na divina missão de que fora investido.

Houve ligeira pausa na palavra doce do Messias e, ante a quietude que se fizera espontânea no ruidoso ambiente de minutos antes, concluiu ele, com expressivo acento na voz:

- Cultura e santificação representam forças inseparáveis da glória espiritual. A sabedoria e o amor são as duas asas dos anjos que alcançaram o Trono Divino, mas , em toda parte, quem ama segue à frente daquele que simplesmente sabe.
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NEIO LÚCIO
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SALÁRIOS

" E contentai-vos com o vosso soldo."
- João Batista. ( LUCAS , 3 : 14. )

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A resposta de João Batista aos soldados, que lhe rogavam esclarecimentos, é modelo de concisão de bom senso.

Muita gente se perde através de inextrincáveis labirintos, em virtude da compreensão deficiente acerca dos problemas de remuneração na vida comum.

Os operários existem que reclamam salários devidos a ministros, sem cogitarem das graves responsabilidades que, não raro, convertem os administradores do mundo em vítimas da inquietação e da insônia, quando não seja mártires de representações e banquetes.

Há homens cultos que vendem a paz do lar em troca da dilatação de vencimentos.
Inúmeras pessoas seguem, da mocidade à velhice do corpo, ansiosas e descrentes, enfermas e aflitivas, por não se conformarem com os ordenados mensais que as as circunstâncias do caminho humano lhes assinalam, dentro dos Imperscrútaveis Desígnios.

Não é por demasia de remuneração que a criatura se integrará nos quadros divinos.
Se um homem permanece consciente quanto aos deveres que lhe competem, quanto mais altamente pago, estará mais intranqüilo.

Desde muito, esclarece a filosofia popular que para a grande nau surgirá a grande tormenta. Contentar-se cada servidor com o próprio salário é prova de elevada compreensão, ante a justiça do Todo - Poderoso.
Antes, pois, de analisar o pagamento da Terra, habitua-te a valorizar as concessões do Céu.
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EMMANUEL
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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

EDUCAÇÃO NO LAR

" Vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai." - Jesus.

( João, 8 : 38. )
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Preconiza-se na atualidade do mundo uma educação pela liberdade plena dos instintos do homem, olvidando-se, pouco a pouco, os antigos ensinamentos quanto à formação do caráter no lar; a coletividade, porém, cedo ou tarde, será compelida a reajustar seus propósitos.

Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa, decorre a organização do ambiente justo. Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a peso de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância coletiva, a segurança possível contra a desordem ameaçadora.

A tarefa doméstica nunca será uma válvula para gozos improdutivos, porque constitui trabalho e cooperação com Deus. O homem ou a mulher que desejam ao mesmo tempo ser pais e gozadores da vida terrestre, estão cegos e terminarão seus loucos esforços, espiritualmente falando, na vala comum da inutilidade.

Debalde se improvisarão sociólogos para substituir a educação no lar por sucedâneos abstrusos que envenenam a alma. Só um espírito que haja compreendido a paternidade de Deus, acima de tudo, consegue escapar à lei pela qual os filhos sempre imitarão os pais, ainda quando estes sejam perversos.

Ouçamos a palavra do Cristo e, se tendes filhos na Terra, guardai a declaração do Mestre, como advertência.

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EMMANUEL
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