terça-feira, 2 de dezembro de 2008

VIDA ALÉM DA MORTE

O medo da morte já fez com que muita gente perdesse a alegria de viver. E, até recentemente, as correntes religiosas, filosóficas e científicas dominantes pareciam ter pouco a oferecer a essas pessoas angustiadas. Para as gerações mais velhas, era melhor nem pensar na morte. Pois o que isso trazia à memória eram as aulas de religião da escola primária, com suas descrições apavorantes do inferno e do purgatório, ou os livros materialistas lidos na adolescência, nos quais toda a consciência se extinguia com o último suspiro. Entre os cenários punitivos e a falta de qualquer perspectiva, havia pouco espaço para o conforto e a esperança.

Os jovens de hoje têm o privilégio de respirar uma atmosfera bem menos opressiva. Graças ao fantástico progresso dos procedimentos médicos e das técnicas de reanimação, cada vez mais pessoas vêm sobrevivendo a episódios de morte clínica (caracterizados pela parada cardíaca). E os relatos que muitos fazem dessas situações-limite, daquilo que viram, ouviram e sentiram na trajetória interrompida para o "lado de lá", apresentam uma nova visão da morte e da própria vida. Em lugar da angústia de caminhar para o completo aniquilamento, eles falam da certeza absoluta de que estavam apenas transitando de um plano a outro da existência. E, embora alguns reportem vivências aflitivas, talvez provocadas por memórias carregadas de culpa, a maioria descreve extraordinárias experiências de luz e plenitude, sábias reavaliações dos momentos vividos, encontros com seres carregados de compreensão, compaixão, amor e até mesmo bom humor.

Nos Estados Unidos, essa vivência incomum foi batizada com a sigla NDE, formada pelas iniciais da expressão Near Death Experience - Experiência Próxima da Morte, às vezes também traduzida como Experiência de Quase-Morte. Desde a década de 70, ela vem sendo estudada, com todos os requintes do método científico, por médicos, psiquiatras, psicólogos e tanatólogos - como são chamados os pesquisadores do fenômeno da morte. E foi feito até um levantamento de todos os casos de NDE registrados no território americano. Segundo essa enquete, realizada pelo Instituto Gallup, 5,2% da população adulta dos Estados Unidos já passou por esse tipo de experiência. Em números atuais, essa porcentagem corresponde a aproximadamente 13 milhões de indivíduos.

No Brasil, a psicanalista paulista R. L., 46 anos, é uma das muitas pessoas que chegou ao limiar da morte com a consciência plenamente desperta. Sua história inspirou as imagens que ilustram a abertura desta reportagem. A experiência ocorreu há 18 anos, quando um abcesso provocou em seu organismo uma infecção generalizada. Sua condição física deteriorou-se rapidamente e a pressão arterial encostou em zero. Na UTI, R. L. sentiu-se desfalecer. "Tive a impressão de que minha 'imagem' saía fora do corpo. Ela mantinha minha forma corpórea, mas era semitransparente. Meu pensamento acompanhava essa 'imagem', que flutuava perto do teto. De lá, eu via meu corpo. Porém já não o sentia mais".

Ao se desapegar do corpo, R. L. percebeu-se entrando num túnel, em fantástica velocidade. "Havia um forte zumbido. À medida que eu avançava, vinham-me imagens de meu passado remoto, dos tempos de criança. Eram cenas comuns, brincadeiras infantis. Ao mesmo tempo, uma voz interna, inaudível, me perguntava: 'O que você aprendeu com isso? Valeu a pena?'. Eu experimentava uma incrível sensação de leveza, de paz e de felicidade".

Em determinado momento, R. L. lembrou-se de que vinha atendendo, como psicanalista, um garoto muito pobre. Era um caso grave, ao qual se dedicou de corpo e alma, recebendo por isso pagamento puramente simbólico. Então, ela afirmou: "Ajudei essa pessoa". Como se quisesse dizer: "Será que isso conta ponto a meu favor?". E a voz perguntou-lhe: "Você aprendeu com isso?". "Muito", ela respondeu. Ao que a voz concluiu: "Então valeu a pena, para você". R. L.

sentiu-se imensamente tranqüilizada. Ela compreendeu qual era o verdadeiro sentido daquele diálogo. "Não era cobrança ou julgamento moral, mas uma avaliação tranqüila". Enquanto contemplava imagens há muito tempo esquecidas, R. L. deu-se conta de que o túnel em si era escuro, com as paredes desfocadas pelo excesso de velocidade. Mas, na saída, havia uma luz de intensidade indescritível. "Naquela luz, vislumbrei um jardim. E, ao deixar o túnel e entrar nele, vi que era muito espaçoso, com gramados verdes e árvores enormes. A sensação que ele transmitia era tão pacífica, tão deliciosa, que eu jamais ia querer sair de lá. No jardim, percebi um banco, com três pessoas sentadas. Não consegui ver seus rostos, mas, à medida que fui me aproximando, elas começaram a se movimentar, como que para me receber. A primeira chegou perto; a segunda, até o meio do caminho; a terceira ainda permanecia sentada".

Mas o processo foi bruscamente interrompido. Porque, enquanto enxergava o jardim e as três pessoas, R. L. continuava visualizando as imagens de sua vida.

E, de repente, viu uma foto onde apareciam seus dois filhos mais velhos, que, na época, ainda eram bebês. "Nesse instante, eu gritei: 'Não posso morrer! Tenho dois filhos pequenos e eles precisam de mim!

'". Voltei a crer em Deus. Foi a primeira vez, durante toda a experiência, que lhe veio a idéia de morte. "Eu não tive medo, mas o amor por meus filhos me puxou imediatamente de volta. Senti como se levasse uma pancada na cabeça. Abri os olhos e me vi outra vez em meu corpo, na UTI. A partir daí, minha pressão subiu e eu pude ser operada". Como já aconteceu com muitas outras pessoas, essa experiência trouxe para R. L. mudanças de vida radicais. "A principal foi que eu voltei a acreditar em Deus". Desde a adolescência, a psicanalista havia comprado a idéia de que Deus é uma invenção humana, destinada a compensar nossas fraquezas, medos e limitações. Depois de passar pelo que passou, ela compreendeu que há muito mais coisas entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia. "A segunda mudança importante foi em relação aos valores. Entendi que a gente está aqui para aprender, para evoluir, para se tornar uma pessoa melhor".

Maria Stella Santos Graciani, 49 anos, passou por experiência semelhante em março de 1986. Pedagoga e cientista social, ela é atualmente vice-diretora do Centro de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Há 12 anos, viveu um grave episódio de arritmia cardíaca, que provocou sua morte clínica. Na UTI, percebeu-se saindo do corpo. "Fui levada para dentro de uma turbulência circular". Era um túnel bastante escuro, no qual ingressou em alta velocidade. "De lá fui arremessada para um lugar intensamente iluminado. Não havia nenhuma paisagem, nenhum cenário, só uma luz transcendental. Senti uma paz e uma tranqüilidade indescritíveis. E, quando estava imersa naquela sensação, vi duas figuras se aproximando. Eram duas figuras de luz. Eu não conseguia distinguir perfeitamente suas feições, mas percebi que um tinha barba e o outro usava um chapeuzinho na cabeça".

Maria Stella está convencida de que as aparições eram Jesus e São João Bosco, um padre e educador italiano do século passado que foi canonizado pela Igreja Católica. Com uma vida inteira dedicada aos pobres e marginalizados e às crianças abandonadas, Dom Bosco sempre foi o modelo que inspirou Maria Stella.

"Todo o meu trabalho como educadora se baseia em seu exemplo. Ao vê-lo em companhia de Cristo naquele mar de luz, senti um desejo imenso de encontrá-los.

Mas, quando estava quase chegando, eles fizeram um sinal para eu voltar. E, nesse mesmo momento, comecei a recapitular minha vida anterior e lembrei-me de minhas duas filhas, Graziela e Juliana. Retornei, então, pelo mesmo turbilhão.

Revi meu corpo na UTI e os médicos fazendo um esforço desesperado para reanimá-lo. Senti um tranco e ouvi um dos médicos dizer: ela está viva".

Como aconteceu com R. L., Maria Stella foi profundamente afetada pela experiência. "Voltei à vida com uma força incrível: estou muito mais criativa, realizo várias atividades ao mesmo tempo, quase nunca me canso e consigo me lembrar das coisas nos mínimos detalhes. Também aumentou muito o meu amor pela humanidade, o meu compromisso com os pobres e marginalizados. Passei a dedicar minha vida às crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social: crianças aidéticas, prostituídas, analfabetas, excluídas da sociedade. A elas, todo o dia, eu desejo um bom dia. E, ao fazer isso, sinto-me em estado de graça".

O que mais impressiona nas experiências próximas da morte é a semelhança dos relatos. Embora não haja uma só narrativa que seja rigorosamente igual a outra, a grande maioria segue um roteiro básico, cuja incidência desafia qualquer tentativa de qualificar essas vivências como meras alucinações.

Da parada cardíaca ao final da reanimação, tal roteiro obedece, em linhas gerais, a dez etapas bem delimitadas:

01 - A pessoa sente-se d
esprender do corpo e, nesse momento, cessa todo o desconforto, a dor e a aflição que a acompanhavam;

02 - Uma forma semelhante ao corpo, porém mais sutil, passa a flutuar alguns metros acima do chão. A consciência individual da pessoa mantém-se ligada a essa forma e, do alto, observa o corpo inerte lá embaixo;

03 - A consciência registra todas as imagens e sons do ambiente. Caso se trate de uma UTI, ela pode ver e ouvir o funcionamento dos aparelhos e o esforço da equipe médica envolvida na reanimação do corpo;

04 - Num dado momento, a consciência desinteressa-se por essas informações e, mudando o seu ângulo de visão, percebe a existência de um vórtice ou túnel, que a atrai com uma força irresistível;

05 - A forma-consciência penetra no túnel e desloca-se através dele numa velocidade estonteante. Um forte zumbido, difícil de qualificar, acompanha o deslocamento;

06 - Enquanto se desloca, a pessoa recapitula criticamente sua vida. As memórias que emergem dificilmente seriam consideradas importantes num estado ordinário de consciência. Revelam-se, no entanto, altamente significativas, no contexto da avaliação. A experiência inteira não obedece aos padrões usuais de espaço e tempo. Toda uma existência pode ser rememorada em poucos segundos;

07 - No final do túnel, a consciência percebe uma luz, cujo esplendor não tem paralelo com nenhum fenômeno luminoso do mundo material. Essa luz lhe transmite uma extraordinária sensação de paz, plenitude e felicidade. Ela quer ingressar na luz e de forma alguma deseja regressar ao corpo físico;

08 - A súbita emergência de uma memória específica interrompe o processo. A pessoa se lembra de entes queridos ou de alguma outra questão pendente em sua vida;

09 - Ela sente, então, uma forte pancada. E a forma-consciência se reacopla ao corpo físico;

10 - O quadro clínico da pessoa sofre uma súbita e inexplicável melhora.

Esse roteiro básico pode ser enriquecido pela descrição de cenários deslumbrantes, como o jardim visto por R. L. na outra extremidade do túnel. Por comunicações com parentes e amigos falecidos. Ou pelo encontro com seres de luz, que transmitem à pessoa um sentimento de amor incondicional.

Em determinados relatos, esses seres são descritos como anjos ou guias. Em outros, são associados às figuras de santos, profetas, grandes mestres espirituais ou avatares (manifestações divinas). No caso dos anjos ou guias, algumas pessoas afirmam que os viram antes mesmo de sair do corpo físico, ou pouco depois de fazê-lo, e que foram conduzidas por eles ao longo de toda a experiência. Já as outras manifestações ocorreriam principalmente depois da travessia do túnel.

No campo da psicologia, tais idéias não deveriam provocar grandes surpresas, pois um dos papas da área, o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), vivenciou fantástica experiência visionária após sofrer um enfarte cardíaco. Em estado de coma, ele viu-se fora do corpo e do próprio planeta. "Parecia-me estar muito longe, no espaço cósmico", relatou anos depois. "Abaixo de mim, eu via o globo terrestre, banhado por uma maravilhosa luz azul. Justamente sob os meus pés estava o Ceilão (Sri Lanka) e, na minha frente, estendia-se o subcontinente indiano". Mais tarde, Jung informou-se a que distância da Terra deveria estar para visualizar tal amplidão: cerca de 1.500 quilômetros. Numa época em que os aviões não ultrapassavam a altitude de 10 quilômetros, essa visão era inimaginável. Ela só se tornaria acessível à humanidade no início dos anos 60, com os primeiros vôos espaciais tripulados. Após um momento de contemplação, o psiquiatra virou-se. Algo de novo surgiu em seu campo visual.

"A uma pequena distância, percebi no espaço um enorme bloco de pedra, escuro como um meteorito, quase do tamanho de minha casa"

. Escavado na rocha do meteorito, havia um templo semelhante a muitos que existem na Índia. "Uma entrada dava acesso a um pequeno vestíbulo. À direita, sobre um banco de pedra, estava sentado, na posição de lótus, completamente distendido e repousado, um indiano de pele bronzeada, vestido de branco. Esperava-me sem dizer uma palavra. À esquerda, abria-se o portal do templo. Vários nichos, cheios de óleo de coco, em que ardiam mechas, cercavam a porta com uma coroa de pequenas chamas claras". Enquanto chegava perto do meteorito, o psiquiatra sentiu que tudo o que ele tinha sido até então se afastava dele ou lhe era arrancado. Ao mesmo tempo, tinha certeza de estar se aproximando do lugar onde iria encontrar o grupo de seres humanos ao qual realmente pertencia e onde seriam respondidas as grandes perguntas pendentes de sua vida. Enquanto pensava nessas coisas, um fato atraiu sua atenção: lá de baixo, da Europa, ergueu-se uma forma. Era seu médico, ou melhor, a forma dele, circundada por uma corrente de ouro. "Quando ele chegou diante de mim, pairando como uma imagem nascida das profundezas, produziu-se entre nós uma silenciosa transmissão de pensamentos".

Seu médico fora delegado pela Terra para trazer-lhe uma mensagem: ele devia retornar. "No momento em que percebi essa mensagem, a visão desapareceu". Jung saiu do coma e, em três semanas, recuperou-se totalmente. Mas essa experiência marcou-o para sempre: entre outras lições, ficou a certeza de que tudo o que valorizamos como sendo a vida é apenas um pequeno fragmento da existência.

Visões tão poderosas como esta explicam por que as experiências próximas da morte ganharam as páginas de um sem-número de livros e inspiraram filmes de tanto sucesso, como Ghost e Linha Mortal. Porém, entre os milhares de casos registrados, é difícil encontrar alguém que tenha vivenciado mais de uma vez esse tipo de situação. Foi o que ocorreu com a psicóloga brasileira Ita Perla Wilde de Moraes, 41 anos. Com saúde frágil, ela passou por uma experiência próxima da morte em 1986, quando entrou em estado de coma durante a retirada de um cálculo renal e viu intensos focos de luz sobrenatural.

Em junho deste ano, Ita voltou a colocar os pés na estrada que leva ao "lado de lá". Um quadro de bronquite aguda fez sua pressão arterial subir a 23 por 18 e, desta vez, ela chegou a atravessar o túnel. Foi parar num espaço feericamente iluminado, onde uma voz masculina, ao mesmo tempo austera e suave, transmitiu-lhe uma mensagem pessoal precisa. "A partir daí, comecei a escutar, muito ao longe, a voz da minha irmã, me chamando. Ouvi também uma enfermeira dizer que a minha pressão estava cedendo". Dois dias depois, Ita teve alta.

Porém sua mais notável experiência visionária ocorreu entre esses dois episódios, logo após uma delicada cirurgia, que durou 12 horas. Ao ser retirada da sala de operação, Ita viu-se cercada por anjos. "Eles eram muitos, estavam envolvidos por uma espécie de névoa e sorriam. Aí aconteceu um fato engraçado.

Minha mãe estava ao lado e, quando me ouviu falar em anjos, achou que eu me referia ao enfermeiro que empurrava a maca. Agradecida, ela entregou a ele todo o dinheiro que tinha na bolsa".

Alguns médicos não pensariam duas vezes antes de rotular um caso desses como alucinação, provocada pela overdose de anestésicos tomados durante a cirurgia.

Esta é a interpretação-padrão e não resta dúvida de que realmente dá conta de vários episódios. Mas, como enfatiza o neurologista Roger Walz, pesquisador do Centro de Memória da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tal explicação de forma alguma esgota o assunto. "Devido à interrupção momentânea da irrigação sanguínea, associada ao uso de remédios durante as manobras de ressuscitação, podemos supor que a retomada das funções cerebrais seja acompanhada de distorções sensoriais", afirma o neurologista. "Isso explicaria fenômenos mais simples, como a visão de luzes e a audição de sons inarticulados, ou até mesmo certas alucinações. Porém, fenômenos mais complexos e cujos relatos se repetem, como por exemplo ver o corpo do lado de fora, continuam sem explicação do ponto de vista neurológico. Não creio que sejam sonhos, pois seria difícil o cérebro dedicar-se a uma função tão sofisticada num momento em que está entrando em colapso".

Foi uma vivência descrita como encontro com Cristo que inspirou o médico americano Raymond Moody a iniciar a mais célebre pesquisa das experiências próximas da morte, relatada no livro Life After Life (Vida Depois da Vida). O caso foi contado a Moody pelo psiquiatra Georges Ritchie, que, em 1943, quando ainda era um jovem soldado, sofreu uma severa pneumonia, teve picos de febre altíssimos e entrou em estado de coma. Horas depois de ter mergulhado na inconsciência, Ritchie acordou, levantou da cama e começou a percorrer os corredores do hospital. Mas descobriu que ninguém parecia ouvi-lo ou enxergá-lo. E mais: as pessoas atravessavam o que ele julgava ser o seu corpo sem a menor dificuldade. Espantado, ele voltou ao quarto e percebeu seu verdadeiro corpo estendido sobre o leito.

Nesse instante, uma luz extraordinária entrou em seu campo visual. Pouco a pouco, ele começou a divisar, nessa luminosidade, uma forma humana. E, quando sua consciência assimilou a percepção, Ritchie ouviu, dentro de si mesmo, uma ordem inquestionável: "Fique de pé, pois você está na presença do Filho de Deus". Anos mais tarde, ele disse a Moody que aquele não era o Jesus de seus livros de catecismo. "O Jesus desses livros era gentil, amável, compreensivo e talvez um pouco fraco. Aquele personagem era o próprio poder, mais idoso que o tempo e no entanto mais moderno que qualquer pessoa. O que emanava dessa presença era um amor incondicional".

Na frente dessa figura impressionante, o rapaz viu desfilar toda sua vida. E ficou muito embaraçado ao se deparar com as experiências sexuais da puberdade.

Mas aquilo não pareceu chocar nem um pouco o seu interlocutor. Este perguntou-lhe então: "O que você fez em sua vida que possa me mostrar". Sem conseguir encontrar nada que valesse a pena, Ritchie argumentou que não tinha o que mostrar porque ainda era muito jovem para morrer. Ao que o personagem replicou: "Ninguém é jovem demais para morrer, porque se trata apenas da passagem de uma realidade a outra". E levou-o para conhecer cinco dessas outras realidades. Depois de visitar mundos que jamais sonhou existir, Ritchie mergulhou outra vez na inconsciência. Enquanto isso, os médicos o davam como clinicamente morto. Inconformado, um médico residente resolveu fazer uma última tentativa e enfiou uma agulha hipodérmica no coração do soldado. O músculo voltou a bater.

O livro de Moody foi publicado pela primeira vez em 1975, com uma tiragem modesta de dois mil exemplares. Para surpresa do pesquisador e de seus editores, já foram vendidos mais de 14 milhões de volumes, em dezenas de idiomas diferentes. Sua investigação pioneira foi amplamente confirmada pelas criteriosas pesquisas de outros cientistas, como os cardiologistas americanos Maurice Rawlings e Michael Sabom. O curioso é que esses dois médicos não tinham até então qualquer interesse por temas espirituais e consideravam as descrições das NDE um mero sensacionalismo da imprensa. Porém, foram obrigados a rever tal ponto de vista ao se depararem com casos vivenciados por seus próprios pacientes.

Mas a prova mais conclusiva da veracidade das experiências próximas da morte foi fornecida pela pesquisa do pediatra americano Melvin Morse. Liderando uma equipe composta por um anestesista, um neurologista e um psiquiatra, Morse verificou que, depois de terem passado por episódios de morte clínica, também crianças, de diferentes idades, condições sociais e credos religiosos, descreviam vivências que seguiam o roteiro clássico das NDE. A investigação foi provocada por uma ocorrência excepcional, atendida por Morse. Trata-se do caso de Krystel Merzlock, na época uma menina de sete anos de idade. Após um afogamento, a garota teve parada cardíaca e permaneceu em condição de morte clínica durante nada menos de 19 minutos.

Segundo acredita a medicina, caso o coração fique três minutos sem bater, o processo de morte torna-se irreversível, porque as células cerebrais começam a ser destruídas por falta de oxigenação. Mesmo que o coração volte a funcionar, o cérebro sofre lesões irreparáveis. Pois bem, a despeito de todas as crenças oficiais em contrário, a pequena Krystel voltou à vida. E, o que é ainda mais extraordinário: sem qualquer seqüela neurológica.

Quando a interrogou, dias mais tarde, Morse descobriu que Krystel tinha perfeita consciência dos procedimentos utilizados durante a reanimação. Mas as surpresas do médico estavam só começando. Seu sistema de crenças seria ainda mais radicalmente posto à prova, quando Krystel lhe contou que fora levada por seu "anjo da guarda" à presença do "Pai Celeste". Este teria perguntado se ela queria ficar com Ele ou regressar para os pais. Num primeiro momento, a menina decidiu ficar, mas, depois de ter a visão de seus irmãos brincando, resolveu voltar para casa. Morse pôs-se a pesquisar as NDE infantis. Porém, apesar do insólito relato de Krystel, suas convicções cientificistas falaram mais alto e ele adotou a hipótese de que as percepções que acompanhavam essas ocorrências eram simples alucinações provocadas pelo coquetel de medicamentos ministrado aos pacientes e pelas substâncias que o próprio organismo libera na iminência da morte. A intenção de Morse e sua equipe era provar, cientificamente, que Raymond Moody estava errado. A pesquisa, porém, demonstrou exatamente o contrário. Depois de tabular e analisar 200 entrevistas, Morse concluiu que as experiências não poderiam, de forma alguma, ser reduzidas a meros episódios alucinatórios.

Enquanto os médicos abordavam o assunto por um lado, a psicologia se aproximava dele pelo outro. E, nesse campo, nenhuma contribuição se iguala à do psiquiatra tcheco Stanislav Grof. Durante 40 anos e trabalhando com dezenas de milhares de voluntários, ele realizou uma revolucionária pesquisa da mente. Num primeiro momento, recorreu a altas doses de ácido lisérgico (LSD) para provocar estados inusuais de consciência nas pessoas pesquisadas. Mais tarde, substituiu a droga por um método não químico, conhecido como respiração holotrópica. Neste, os participantes respiram de forma específica, enquanto ouvem músicas de alto poder evocativo e são submetidos, eventualmente, a certas intervenções corporais localizadas.

Após registrar e analisar meticulosamente os relatos de milhares de indivíduos, o psiquiatra convenceu-se de que nem o LSD nem a respiração holotrópica produziam alucinações. Eles atuavam, isto sim, como amplificadores da atividade psíquica, permitindo que conteúdos inconscientes se tornassem explícitos. E, entre esses conteúdos, estavam os cenários e roteiros descritos nas experiências próximas da morte. Em outras palavras, nos trabalhos coordenados por Grof e seus seguidores, muitas pessoas, plenamente vivas, tiveram as mesmas visões e sensações que caracterizam as NDE. E, o que é mais interessante: essas visões e sensações coincidiam, muitas vezes nos mínimos detalhes, com narrativas sobre o "além", sustentadas por diferentes tradições espirituais, mas que eram antes totalmente ignoradas pelas pessoas envolvidas no experimento.

A pesquisa de Grof reforçou a idéia de que as experiências visionárias próximas da morte não eram fantasias alucinatórias, mas expressavam algum tipo de contato com outros níveis da realidade. Esses mesmos domínios podiam ser visitados por pessoas vivas e saudáveis, em estados ampliados de consciência.

A pressa com que alguns cientistas descartam as experiências próximas da morte tem mais a ver com a defesa intransigente de um sistema de crenças do que com uma atitude realmente científica. Para esse tipo de mente positivista, que só acredita no que os olhos vêem, certos relatos apresentam talvez um desafio insuperável. É o caso deste episódio, levantado por Raymond Moody. Uma paciente, de nome Maria, é declarada morta. Após a reanimação, seu coração volta a bater. Ela recobra a condição de falar e conversa com Kim, a médica que a atendeu. Diz-lhe, então, que, durante a saída do corpo, sua forma-consciência flutuou pelo hospital e encontrou um sapato velho no batente da janela de um andar mais alto. Muitos especialistas simplesmente encarariam Maria com um sorriso incrédulo, pensando consigo mesmos: "Pobrezinha, alucinou". Kim, porém, resolveu conferir. O sapato estava lá.

O teólogo Leonardo Boff A morte não é um fenômeno pontual. É um processo. Se as pessoas voltam é porque esse processo não se concluiu. Mesmo assim, há o desprendimento parcial, com enorme alargamento da consciência e o encontro com um mundo que já pertence ao divino. A morte em nossa cultura constitui um trauma terrível, porque é sempre entendida como negação da vida. Porém, nessas experiências, o que se vê é a ampliação da vida, o acesso a uma dimensão da qual as pessoas só retornam com muita relutância. Na própria morte dá-se a ressurreição. Não como devolução à vida. Mas como realização plena das virtualidades do ser humano. Leonardo Boff é teólogo católico e escritor. É autor, entre outros livros, de Vida para Além da Morte.

O rabino Nilton Bonder Trabalhei em hospitais, com doentes terminais, nos Estados Unidos. E presenciei várias situações dessas. O que mais impressiona é a euforia com que as pessoas relatam suas experiências. Eu acho que, nessas ocasiões, elas realmente fazem contato com a verdadeira natureza humana, com a fonte da existência. Mas não têm, necessariamente, uma visão objetiva. Porque há também um aspecto onírico, alucinatório, causado pela intoxicação do corpo. Para o judaísmo, a morte é um longo processo, que dura 11 meses. Segundo a mística judaica, a alma possui sete camadas e a morte só se completa quando a mais sutil delas finalmente se desprende do mundo físico. Nilton Bonder é rabino da Congregação Judaica do Brasil e escritor. É autor, entre outros livros, de A Alma Imoral.

O budista Ricardo Gonçalves No budismo, existe uma tradição, segundo a qual, se a pessoa estiver preparada, um ser de luz, o Buda Amida, se manifesta a ela na hora da morte, para conduzi-la ao paraíso, a Terra Pura. Tanto o Buda Amida quanto a Terra Pura devem ser entendidos como metáforas, pois, no budismo, nada tem existência objetiva. Tudo é metáfora. O Buda Amida representa a plenitude da sabedoria e da compaixão e a Terra Pura é uma representação do Nirvana. A crença na manifestação do Buda inspirou toda uma literatura sobre a arte do bem morrer.

As principais técnicas preconizadas por essas obras são a visualização da Terra Pura e a recitação do nome de Amida. Ricardo Gonçalves é monge budista da Verdadeira Escola da Terra Pura e historiador. É autor, entre outros livros, de Textos Budistas e Zen-budistas.

O espírita Antonio Cesar Perri de Carvalho Nas experiências próximas da morte, o espírito ganha uma emancipação parcial, semelhante à que ocorre em certos sonhos. Os relatos sobre a travessia do túnel coincidem inteiramente com o que dizem os espíritos psicografados pelo médium brasileiro Francisco Xavier. A visão da luz sobrenatural não significa que o espírito esteja entrando em contato com Deus ou com seres altamente iluminados.

Ela apenas assinala seu ingresso num outro domínio da existência, a dimensão incorpórea. Os cenários vistos nesse domínio concordam inteiramente com as descrições do mundo espiritual fornecidas pelo visionário sueco Emanuel Swedenborg (1688-1772). Antonio Cesar Perri de Carvalho é presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo e professor. É autor de Entre a Matéria e o Espírito.
--------------------------------------------
JOSÉ TADEU ARANTES- REVISTA GALILEU
-------------------------------------------------------------------------------

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

DONATIVO DE AMOR


Filhos, o Senhor nos abençoe. Nas reflexões a que somos induzidos pela caridade, recordemos nós mesmos na construção do Mundo Melhor, com a bênção de Jesus.

Efetivamente, o Senhor nos concede:

o ambiente de trabalho;

o veículo de manifestação;

a luz do entendimento;

o clarão da verdade;

o alimento do amor;

a chama do ideal;

a bênção da palavra;

os meios de intercâmbio;

as oportunidades de ação;

o sustento da fé;

a dádiva da esperança;

o apoio íntimo que nos assegure serenidade e paciência ante as dificuldades do caminho;

o tesouro da afinidade pelo qual nos enriquecemos com a presença e o concurso de companheiros que se nos reúnem às tarefas;

os laços da fraternidade;

a composição dos recursos necessários à edificação do bem a que nos empenhamos;
a cooperação dos valores afetivos;

o incentivo do lar;

os benefícios do aprendizado;

as vantagens do conhecimento;

as possibilidades de serviço;

o amparo da vida institucional que nos reúne para os deveres que nos competem;
os braços dos amigos;

o aviso dos adversários;

as fontes de compreensão e de carinho em que nos dessedentamos para seguir à f rente;

o material de trabalho, de cuja colaboração ser-nos-á possível retirar as mais preciosas riquezas do espírito;

o dom da confiança;

a luz do discernimento;

as mil providências de socorro e sustentação de que nos achamos rodeados para que venhamos a superar valorosamente todos os problemas que surjam no caminho a trilhar...

Enfim, meus filhos, o Senhor nos dá tudo em se referindo aos meios de que temos necessidade para a realização espiritual, mas só nos pede um donativo, sem o qual a obra em nossas mãos esmoreceria na base: a caridade de cedermos dos nossos pontos de vista, aceitando-nos uns aos outros tais quais somos, nos alicerces da união fraterna em serviço, por amor à tarefa que nos foi confiada, porque essa tarefa, na essência, pertence ao Senhor na pessoa do próximo e não a nós.

Filhos queridos, vejamos um edifício comum.

Se o piso não suporta as paredes e se as paredes não toleram o teto; se os recursos de alvenaria ou as vigas de apoio não se irmanam uns aos outros, enlaçando-se entre si, sem que os fios encontrem refúgio no corpo da construção e se os agentes de comunicação não conseguem apoio nos elementos constitutivos da casa, é impossível a sustentação da obra em si como reduto de moradia e educação, amor e progresso.

Sem a caridade, diz-nos o Excelso Codificador, não há salvação e sem união, entre nós, toda realização humana, com o Senhor, conquanto o Senhor nos abençoe e nos sustente, será sempre francamente impossível.

Oremos hoje pela extensão da caridade na Terra sem nos esquecermos de orar por nós mesmos para que a caridade, de uns para com os outros nos garanta a continuidade do privilégio de exercer a caridade com Jesus, em auxílio de todos os nossos irmãos da jornada humana, hoje e sempre.

---------------------------------
BATUÍRA & CHICO XAVIER
----------------------------------

DESEJO UM EXCELENTE FIM DE SEMANA PRA TODOS!

EM FAVOR DELE

Se cultivas um princípio religioso, sabes que a morte não é o fim. O Espírito eterno, com os potenciais de inteligência e sentimento que lhe definem a individualidade, simplesmente deixa o cárcere da carne, qual borboleta livre do casulo, rumo à amplidão.

Raros, entretanto, estão preparados para a grandiosa jornada. Poucos exercitam asas de virtude e desprendimento.

Natural, portanto, que o ?morto? experimente dificuldades de adaptação à realidade espiritual, principalmente quando não conta com a cooperação daqueles que comparecem ao velório, no arrastar das horas que precedem o sepultamento.

O burburinho das conversas vazias e dos comentários menos edificantes, bem como os desvarios da inconformação e o desequilíbrio da emoção, repercutem em sua consciência, impondo-lhe penosas impressões.

Se é alguém muito querido ao teu coração, considera que ele precisa de tua coragem e de tua confiança em Deus. Se não aceitas a separação, questionando os Desígnios Divinos, teu desespero o atinge, inclemente, qual devastador vendaval de angústias...

Se é o amigo que admiras, por quem nutres especial consideração, rende-lhe a homenagem do silêncio, respeitando a solene transição que lhe define novos rumos...

Se a tua presença inspira-se em deveres de solidariedade, oferece-lhe, na intimidade do coração, a caridade da prece singela e espontânea, sustentando-lhe o ânimo.

Lembra-te de que um dia também estarás de pés juntos, deitado numa urna mortuária e, ainda preso às impressões da vida física, desejarás, ardentemente, que te respeitem a memória e não conturbem teu desligamento, amparando-te com os valores do silêncio e da oração, da serenidade e da compreensão, a fim de que atravesses com segurança os umbrais da Vida Eterna...
------------------------------------
Richard Simonetti
------------------------------------

UMA CANÇÃO COMO POESIA

Vendo a obra, vejo Deus; sentindo Deus, sou Amor.

Oh!... quantas coisas se escondem de mim, de vós, de todos, filhos do Criador.

Sinto-me nada, ante a grandeza do universo; sinto-me verme, pelas belezas que desconhece o meu coração.

Deus tem filhos no mar, nas estrelas, no ar; Deus tem filhos nas árvores e na terra.

Deus tem filhos até nas guerras.
Que beleza a função da natureza!...

Vejo a luz surgir no escuro; vejo a vida perfeita nos monturos; vejo o céu nas águas do mar, vejo e sinto o Amor no amar.

Quando descanso, a natureza trabalha; quando durmo, a natureza trabalha; quando trabalho a natureza trabalha;

Quem eu sou?... Nada, diante desta batalha.

Deus é Deus dos justos, Deus é Deus dos párias, Deus é Deus dos que viajam, Deus é Deus dos que ficam em casa;...Deus é Deus das sombras, Deus é Deus da luz, Deus é Deus das trevas, Deus é Deus de Jesus!...

Quando estou cansado, Deus está ocupado; quando estou reclamando, Deus está obrando.

Quando blasfemo, Deus está entendendo; quando tenho ódio, Deus está amando.
Quando estou triste, Deus está sorrindo. Deus é sabedoria e eu estou sonhando!...

Que beleza a natureza!...

Que beleza a profundeza da existência, e do existir.

Eu não compreendo, mas luto para me corrigir; porém, em frações do tempo, logo quero ajuntar e Deus repartir. Quero colher, quero usurar; e Deus passa por mim a semear!...

Luto de novo, mais ainda não sei lutar; penso na disciplina, mas não me deixo disciplinar. Avanço... caio! Torno a avançar. E Deus me ouve, passa novamente por mim, olha para meus olhos, sente meu coração. E fala baixinho em meu ouvido: Vem, vou te ensinar a amar.

Deus se retira!... Sinto sua ausência!

Peço clemência! Mesmo assim, Deus não se esquece de mim.

Manda um anjo em meu encalço, num carro fulgurante de luz. E de braços abertos, caio por terra; pensei que era o Cristo de Deus, que era Jesus!

E o cortejo dos céus, entra em mim, em cântico de louvor.

Abre o meu coração, deixando dentro dele um tesouro de luz!...

O tesouro do amor.

---------------------------------------
FRANCISCO DE ASSIS
---------------------------------------

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

PARA SER ENGANADO, PRENCHA ESTE CUPOM COM SEUS DADOS!


Que cupom?!? Como assim?!? Por que eu quereria ser enganado?!?

Tomara que você tenha se feito perguntas parecidas com essas ao ler o título deste artigo. Afinal, será mesmo que alguém, em sã consciência, gostaria de ser enganado? Parto do princípio de que não!

A grande maioria de nós inicia relações, sejam de parceria profissional, amizade, namoro ou sob qualquer outro nome, desejando que a base delas seja – entre outros predicados – a sinceridade! Aliás, um dos adjetivos que mais valorizamos numa pessoa é justamente a sua capacidade de dizer a verdade!

No entanto, haveremos de descobrir, ao longo de inúmeras experiências que vivermos, que a mente mente! Ou seja, nosso complexo e ainda misterioso cérebro (um emaranhado de consciência e inconsciência) cria mecanismos de defesa ou estratégias de ataque que podem ser, antes de mais nada, perigosas e eficientes armadilhas. Uma delas – e mais comum do que imaginamos – é uma espécie de pedido para sermos enganados.

Pedimos?!? Sim, pedimos, mesmo sem termos a menor noção de que estamos fazendo isso. Na ânsia de amenizar certos sentimentos (solidão, baixa auto-estima, carência...) ou experimentar certas sensações (aceitação, acolhimento, segurança...), criamos uma realidade que, na verdade, não existe!

Projetamos em alguém ou numa situação aquilo que gostaríamos de viver e sentir, e julgamos – ingênua e equivocadamente – que nosso desejo se tornou real e a vida nos presenteou com a chance de, finalmente, sermos felizes.

É a armadilha da idealização: passamos a viver uma história “ideal”, criada e alimentada por aqueles sentimentos e sensações que citei antes, do jeitinho que sempre desejamos que ela fosse; e embebedados por nós mesmos, nos recusamos a enxergar a história como ela realmente é. Nossa mente passa a perceber, sentir e concluir não a partir do que está acontecendo de verdade, mas a partir de uma projeção deste ideal, ou seja, de uma ilusão...

Dependendo do quanto os envolvidos nessa nossa ilusão também a alimenta, e também dependendo do tempo que demoramos a “cair na real”, os estragos podem ser grandes. Aqui cabe muito bem o ditado “quanto mais alto, maior o tombo”.

Como não preencher o cupom? Como não idealizar? Como não se enganar ou não permitir que alguém o engane? Bem... tudo começa na coragem. Todos nós podemos ser corajosos, mesmo quando estamos com medo. Coragem não é a ausência do medo e sim o reconhecimento de nossa capacidade de superação.

Claro que não é fácil lidar com solidão, carência, baixa auto-estima, insegurança, entre outros sentimentos que nos colocam frente a frente com nossas limitações, mas com dedicação e persistência, podemos aprender... e temos a vida toda para isso, embora seja prudente começarmos o quanto antes!

No mais, se você está com a sensação de ter se enganado ou de ter sido enganado mais vezes do que gostaria, perceba os sinais. Se a sua voz interior (ou intuição) lhe disser, em alguns momentos, para você ir com calma, vá com calma! Se as pessoas que amam você lhe alertarem para as improbabilidades desta situação, mantenha-se alerta! Se a situação vivida lhe parecer “a cura que caiu do céu”, que vai lhe salvar de todas as suas angústias, questione-se: será que você não está fugindo de si mesmo? Será que não está evitando ter de enfrentar suas dores, preferindo um atalho que parece lhe conduzir a uma “felicidade” bem mais rápida?

E fique com o coração bem aberto – a resposta virá! Talvez você descubra que o que poderia ter se configurado como uma grande enganação é, na verdade, a oportunidade de aprender algo muito precioso. Mas se, infelizmente, descobrir que é tarde demais e que você realmente se deixou enganar, corra atrás do prejuízo, rasgue o cupom preenchido e encha-se de coragem para abandonar o lugar de vítima e tornar-se dono de sua própria história...
--------------------------
ROSANA BRAGA
---------------------------

AÇÕES DE GRAÇAS

"Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança." . (Tiago 1.17)

Um delicioso cheiro de comida toma conta da casa enquanto minha esposa e minha filha preparam o jantar do Dia de Ação de Graças. O legado de minha mãe - molho de ostra - é o detalhe especial da refeição. O aroma dos alimentos e a lembrança dela me enchem de ternas e doces lembranças de feriados passados.

O Dia de Ação de Graças não é um feriado especificamente cristão nos EUA ou no Canadá, mas para mim é uma ocasião bastante religiosa. Essa festa anual me faz parar e dar graças. Oro à mesa, agradecendo a Deus por nossas muitas bênçãos. Dar graças nos ajuda a perceber como o tempo que passamos nesta terra é especial e como somos filhos abençoados de Deus.

Todos os dias deveriam ser de agradecimento.

Para aqueles de nós que se deixam envolver por agendas ocupadas, reservar um tempo para agradecer nos permite reduzir o ritmo e lembrar nossas muitas bênçãos.

Como não seria isso uma experiência religiosa?

: Pai celestial, neste dia e em todos os outros, nós Te agradecemos por Tuas bênçãos e por Teu amor por nós. Ajuda-nos a reservar um tempo para nos lembrar de Ti em tudo que fazemos. Em nome de Jesus. Amém.

Reserve um tempo todos os dias para agradecer pelas bênçãos de Deus.
--------------------------------------
Gary Dowdy (Tennessee, EUA)

---------------------------------------

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

CONTROLE ABSOLUTO DA VIDA?

É natural querermos estar no controle da vida.

Fazemos nossos planos e temos a tendência de acreditar que a vida segue de acordo com eles porque isto nos dá uma sensação de segurança, mas as inquietações estão sempre presentes, e se nos questionarmos no silêncio dos dias e observarmos rotinas aparentemente normais, perceberemos razões que guiam nossas vidas enquanto seguimos pensando que estamos no controle dela!

O perceptível às vezes tem um sentido invisível e nem sempre é aquilo que parece ser, sendo assim como podemos ter controle sobre tudo?!

No intento de aplacar nossos medos tendemos a ser autoritários com a vida impondo o domínio absoluto sobre ela, mas quando ela nos coloca diante de situações onde nosso descontrole e impotência ficam evidentes, ficamos estarrecidos, chegamos até mesmo a ficar enfurecidos reagindo com um ataque tal qual crianças mimadas e frustradas diante da decepção por perdermos a direção que ilusoriamente pensávamos possuir! Mas a vida nos mostra, e às vezes até mesmo de uma forma muito dura, que o máximo que podemos de fato controlar é a nós mesmos através de nossos pensamentos e escolhas, e mesmo assim vamos perceber o quanto é fácil perder o controle!

Muitos, tentando se cercarem de garantias tentam impor controle também sobre a vida de outros, pressionam situações e pessoas até mesmo com a intenção de ter a quem culpar quando perdem as rédeas, pois não aceitam que não detêm este poder! Mas diante de todas as incertezas que nos cercam, seria uma atitude egoísta agir com prepotência tentando impor o medo, a superioridade ou até mesmo a manipulação emocional para captarmos uma sensação de segurança através das pessoas!

Se cultivarmos o pensamento de que podemos controlar tudo, ficaremos continuamente cansados e frustrados pois somos surpreendidos freqüentemente por acontecimentos que estão além de nosso controle embora tomemos todas precauções!

Não é tarefa simples exercer a calma quando as coisas não reagem ao nosso controle, pois nos preparamos para viver a vida dentro do que planejamos e repentinamente nos vemos sem direção e atordoados quando ela segue outro rumo! E quando nos deparamos com a possibilidade de ter que desistir de um caminho, ficamos decepcionados e tristes, mesmo quando muitas vezes a palavra certa não seja desistência e sim paciência. Portanto ao invés de pensarmos em fracasso quando nossos planos não atendem ao nosso controle, podemos tentar escutar o que a vida está querendo nos dizer e aprender que ela segue seu rumo mas que nem sempre podemos conduzir ou interferir em seu ritmo!

Precisamos ter em mente que nosso caminho também é influenciado por nosso livre-arbítrio e que em nossas tentativas de acertos cometemos erros que nos atrasam ou nos deviam de nossas metas, portanto, temos que ser tolerantes conosco assumindo também a nossa própria responsabilidade sem ceder ao desânimo, buscando sempre aprender a lição que está contida em cada acontecimento, a qual não tem o intuito de nos castigar mas sim nos fazer crescer e amadurecer.

Se prestarmos atenção, veremos que a maioria de nós tem o suficiente para enfrentar o dia de hoje sem precisar se preocupar com o amanhã, mas freqüentemente nos inquietamos com coisas que provavelmente nunca acontecerão! E quando começamos a pensar muito “e se...” a porta para a ansiedade e a preocupação se abrem, e em algumas pessoas são tão consistentes que podem se transformar em medos que se manifestam justamente por estarem sendo cultivados! E nem mesmo sabemos se o amanhã virá! A única certeza que temos é o do agora! Mas também não podemos adquirir a convicção de que não vale a pena nos esforçarmos para planejar nossas vidas e alcançar nossas metas só porque nos damos conta de que a vida pouco obedece ao nosso controle, temos que nos direcionar e fazer a nossa parte mantendo sob controle nossas expectativas!

É difícil encarar que estamos à mercê dos acontecimentos, chega a ser assustador, por isto a fé em algo superior se torna essencial para que possamos suportar nossa falta de visão, pois acreditando que alguém está no controle e que existe um sentido pra tudo, aplacamos também a nossa ansiedade em querer se antecipar aos acontecimentos.

A cada dia temos que estar atentos às oportunidades e flexíveis às mudanças quando estas se tornam necessárias, enfrentando o desafio de vivermos a plenitude dos momentos sem ficarmos ansiosos procurando a certeza de que o nosso dia seguirá ao pé da letra aquilo que impomos a ele, afinal não podemos julgar acontecimentos quando não temos a visão de um todo! Temos que aprender a aceitar isto para seguir em frente, acreditando sempre que nada acontece por um simples acaso e sim para nos colocar novamente na sintonia da vida e no compasso do universo onde existem leis que não compreendemos.

Vamos viver o dia de hoje, não como se não houvesse o amanhã e sim com o pensamento de que não sabemos se ele virá, mas sempre atentos ao fato de que o nosso amanhã será a herança do nosso hoje. Se fizermos a nossa parte, renasceremos a cada manhã confiantes de que vamos encontrar um mundo um pouco mais justo e feliz, com a consciência de que não precisamos possuir o controle absoluto da vida para poder desfrutá-la no momento em que ela nos brinda: no agora!

"Algumas pessoas estão fazendo uma preparação tão minuciosa para os dias de chuva que eles não estão aproveitando o brilho do sol de hoje". William Feather

"Se as coisas não acontecem como desejamos, deveríamos desejá-las do modo que elas acontecem". Aristóteles

"Aprenda como se você fosse viver para sempre. Viva como se você fosse morrer amanhã".
Mahatma Gandhi
----------------------------------------
Silvana Lance Anaya
----------------------------------------

CARTA A UM AMIGO NA TERRA

Caro companheiro.

Você quer saber algo de sua verdadeira situação na Terra.

Compreendo.

Quando a pessoa entra nessa grande colônia de tratamento e cura, é convenientemente tratada.

A memória deve funcionar na dose justa.

É natural.

A permanência aí poderá ser longa e, por isso mesmo, certas medidas se recomendam em favor dos beneficiários.

Atende às instruções do internato e não se preocupe, em demasia, com os problemas que não lhe digam respeito.

Não se prenda aos seus apetrechos de uso e nem acumule utilidades que deixará inevitavelmente, quando as autoridades observarem você no ponto de retorno.

Se algum colega de vivência estima criar casos, esqueça isso. Não vale a pena incomodar-se .

Ninguém ou quase ninguém passa por aí sem dificuldades por superar.

Viva alegre, com a sua consciência tranqüila.

Em se achando numa estância de refazimento, é aconselhável manter-se fiel à tarefa que a administração lhe confie.

Procure ser útil, deixando o seu lugar tão melhorado quanto possível, para alguém que aí chegue depois.

Quanto ao mais, considere você e os demais companheiros de convivência e necessidade simplesmente acampados, unidos numa instituição de tratamento oportuno e feliz.

Aí você consegue dormir mais tempo, distrair-se na sua faixa temporária de esquecimento terapêutico, deliciar-se com excelente alimentação, compartilhar de vários jogos e ensaiar muita atividade nobre para o futuro.

Aproveite.

O ensejo é dos melhores.

Descanse e reajuste as próprias forças porque o trabalho pra você só será serviço mesmo, quando você deixar o seu uniforme do instituto no vestiário da morte e puder regressar.
--------------------------------------
ANDRÉ LUIS & CHICO XAVIER
--------------------------------------

NOSSA HISTÓRIA COMUM

"Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós, fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações."( Filipenses 1.3-4)

Meu avô morreu pouco antes de um Dia de Ação de Graças. Foi uma perda difícil para nossa família. Porém, ao nos reunirmos à mesa naquele feriado, algo incrível aconteceu. Velhos amigos que tinham vindo para o funeral juntaram-se a nós para a ceia.

Apesar de nossa reunião tradicional parecer diferente, foi estranhamente familiar em suas palavras e intenções.

Logo, alguém começou a contar velhas histórias. A princípio, elas fluíram como um memorial por meu avô, mas, à medida que cada um contava as lembranças de feriados passados, elas passaram a ser não apenas sobre ele, mas sobre muitos de nós. Lembro-me de pensar em como meu avô se sentiria orgulhoso por saber que nossa família continua unida por nossas histórias.

Na família de Deus não é diferente.

Nossa história comum é a história do povo de Deus. O que nos une é infinitamente mais forte do que o que nos divide. O amor que experimentamos em nossos encontros é tão importante quanto nossas ações. E, ao afirmarmos nossa identidade comum como filhos de Deus, encontramos nosso lugar uns ao lado dos outros, como irmãos e irmãs.

: Bondoso Deus, graças porque, por meio de Cristo, somos parte da Tua história.
Ajuda-nos a nos reunir e partilhar da nossa jornada de fé como Teus filhos, para que nessa comunhão todas as pessoas possam encontrar um lugar de acolhida à Tua mesa. Em nome de Jesus. Amém.


A mesa da família de Deus tem um lugar para cada um de nós.
-------------------------------------------
Shane Stanford (Mississippi, EUA)
--------------------------------------------

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A PALAVRA DA INOCÊNCIA

Quase sempre acreditamos que as crianças não entendem o que acontece ao seu redor. Tomamos decisões, inclusive a respeito de suas próprias vidas, sem nos importar com seus sentimentos.

Assim acontece nas separações conjugais, em que se decide com quem ficarão os filhos. Assim é quando se decide mudar de residência e até mesmo quando se opta por transferi-los de uma para outra escola.

No entanto, as crianças estão atentas e percebem os acontecimentos muito mais do que possamos imaginar.

A jornalista Xiran que, apesar do regime de opressão e abandono que viveu na China, manteve um programa de rádio, em Nanquim, conta uma história singular, em seu livro: As boas mulheres da China.

Havia uma jovem que se casou com um rapaz muito culto e de projeção política na china. Durante três anos, pelo seu status, ele foi estudar em Moscou.

Ela viveu anos de felicidade ao seu lado. Um casamento que foi abençoado com dois filhos. "era uma mulher de sorte", comentava-se.

Então, exatamente no momento em que o casal se alegrava com o nascimento do segundo filho, o marido teve um ataque cardíaco e morreu, repentinamente.

No final do ano seguinte, o filho mais novo morreu de escarlatina.

Com o sofrimento causado pela morte do marido e do filho, ela perdeu a coragem de viver.

Um dia, pegou o filho que restava e seguiu para a margem do rio Yangtsé. Seu intuito era se unir ao marido e ao bebê na outra vida.

Parada à beira do rio, ela se preparava para se despedir da vida, quando o filho perguntou, inocentemente:

"Nós vamos ver o papai?"

Ela levou um choque. Como é que uma criança de 5 anos podia saber o que ela pretendia fazer?

E perguntou:

"O que é que você acha?"

Ele respondeu:

"É claro que vamos ver o papai! Mas eu não trouxe o meu carrinho de brinquedo para mostrar para ele!"

Ela começou a chorar. Nada mais perguntou. Deu-se conta de que ele sabia muito bem o que ela pretendia.

Compreendia que o pai não estava no mesmo mundo que eles, embora não fizesse uma distinção muito clara entre a vida e a morte.

As lágrimas reavivaram nela o instinto materno e o senso de dever.

Tomou o filho no colo e, deixando a correnteza do rio levar a sua fraqueza, retornou para sua casa.

A mensagem de suicida que tinha escrito foi destruída.

Enquanto fazia o caminho de volta ao lar, o menino tornou a perguntar:

"E então, não vamos ver o papai?"

Procurando engolir o pranto, ela respondeu:

"O papai está muito longe. Você é pequeno demais para ir até lá. A mamãe vai ajudá-lo a crescer, para que você possa levar para ele mais coisas. E coisas muito melhores."

Depois disso, ela fez tudo o que uma mãe sozinha pode fazer para dar ao filho o melhor.


As crianças não são tolas. E muito mais do que possamos imaginar permanecem atentas, em especial a tudo que lhes diga respeito.

Percebem os desentendimentos conjugais, as dificuldades domésticas, a ponto de ficar enfermas.

Por tudo isso, preste mais atenção ao seu filho. E, sobretudo, fale com ele sobre dificuldades e sobre as soluções possíveis.

Não o deixe crescer ansioso e triste. Ajude-o a viver no mundo, seguro e firme.
----------------------------------------------
Equipe de Redação do Momento Espírita
-----------------------------------------------

PRECE

Pai de infinita Bondade, sustenta-nos o coração no caminho que nos assinalaste!

Infunde-nos o desejo de ajudar àqueles que nos cercam, dando-lhes das migalhas que possuímos para que a felicidade se multiplique entre nós.

Dá-nos a força de lutar pela nossa própria regeneração, nos círculos de trabalho em que fomos situados, por teus sábios desígnios.

Auxilia-nos a conter as nossas próprias fraquezas, para que não venhamos a cair nas trevas, vitimados pela violência.

Pai, não deixes que a alegria nos enfraqueça e nem permitas que a dor nos sufoque.

Ensina-nos a reconhecer tua bondade em todos os acontecimentos e em todas as cousas.

Nos dias de aflição, faze-nos contemplar tua luz, através de nossas lágrimas e nas horas de reconforto, auxilia-nos a estender tuas bênçãos com os nossos semelhantes.

Dá-nos conformação no sofrimento, paciência no trabalho e socorro nas tarefas difíceis.

Concede-nos, sobretudo, a graça de compreender a tua vontade seja como for, onde estivermos, a fim de que saibamos servir em teu nome e para que sejamos filhos dignos de teu infinito amor.

Assim seja.
----------------------
AGAR
----------------------

CRISTO NA NATUREZA

Nasceu no meio da palha cercado de animais.

Em plena Natureza Sua presença se faz.

Veio para o meio dos homens e com eles conviveu.

Entre sábios e ignorantes entre ricos e plebeus, para onde se dirigia espalhava o Seu Amor,
Exaltando a Natureza exaltando o Criador, no Templo da Natureza o Evangelho era vivido, o Evangelho era pregado.

Sempre falava às multidões em pleno céu aberto, tirando da Natureza em parábolas singelas Seus exemplos mais belos.

Falou do trigo e do joio, da figueira e da árvore, na ovelha desgarrada, ensinou a imensa bondade que preenche o Universo, andou sobre as águas do mar e acalmou as tempestades e por Sua mansidão, ao Cordeiro até hoje é comparado.

Sempre em plena Natureza, doentes eram curados, não é só no madeiro da Cruz que deve ser recordado.

Cristo viveu e exaltou na Natureza e em toda em qualquer parte Sua presença pode ser sentida por toda a Natureza, e por ela é exaltado.

Hoje em dia a Natureza vem sofrendo, toda forma de agressão e por Ele com Seu Amor nos conclama a que tomemos posição, aprendendo a conviver com ela sempre, amando-a como irmãos.

É preciso sacudir o cérebro para acordar o sentimento dos homens que ainda não acordaram para o Amor pleno e supremo por toda obra da Criação.

Cristo amou e ama a Natureza, por isso no Seu Evangelho deixou tantos exemplos tirados de Seu berço.

Que nesta nova era que se inicia, nesta era de Aquário,

O homem aprenda com Ele a Amar tudo o que o cerca, vivendo em plena harmonia com a Natureza, em harmonia com Deus e com todo o Universo.
---------
Argos
----------

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

CARTÃO DE VISITAS

Um senhor de 70 anos viajava de trem, tendo ao seu lado um jovem universitário , que lia o seu livro de ciências.

O senhor , por sua vez , lia um livro de capa preta. Foi quando o jovem percebeu que se tratava da Bíblia e estava aberta no livro de Marcos .

Sem muita cerimônia o jovem interrompeu a leitura do velho e perguntou : -O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices ?

-Sim , mas não é um livro de crendices . É a Palavra de Deus . Estou errado ?

Respondeu o jovem : - Mas é claro que está ! Creio que o senhor deveria estudar a Historia Universal . Veria que a Revolução Francesa , ocorrida há mais de 100 anos , mostrou a miopia da religião Somente pessoas sem cultura ainda crêem que Deus tenha criado o mundo em seis dias . O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre o que os nossos cientistas pensam e dizem sobre tudo isso .

-É mesmo ? Disse o senhor.

-E o que pensam e dizem os nossos cientistas sobre a Bíblia ?

- Bem , respondeu o universitário , como vou descer na próxima estação , falta-me tempo agora , mas deixe o seu cartão que lhe enviarei o material pelo correio com a máxima urgência .

O velho então , cuidadosamente , abriu o bolso interno do paletó e deu o seu cartão ao universitário .

Quando o jovem leu o que estava escrito , saiu cabisbaixo sentindo-se pior que uma ameba .

No cartão estava escrito : Professor Doutor Louis Pasteur , Diretor Geral do Instituto de Pesquisas Cientificas da Universidade Nacional da França .

" Um pouco de ciências nos afasta de Deus . Muito , nos aproxima ".

Que Deus abençoe imensamente a sua vida, a sua família, o seu trabalho, seus amigos, e todos aqueles que você quer bem, afinal Deus sabe de todas as coisas.

Eu desejo um excelente final de semana para todos!
--------------------------------------------------------------------------------
(Cartão de visitas - Fato verdadeiro, integrante da biografia, ocorrido em 1892)
--------------------------------------------------------------------------------

TRANSMISSÃO DA RIQUEZA

É bastante comum nos pais o desejo de amealhar patrimônio para assegurar uma vida tranqüila para seus filhos.

Esse desejo é louvável, mas não pode ser levado a extremos.

Sabe-se que os Espíritos nascem na Terra para aprender as lições de que necessitam.

Entretanto, eles não são da Terra.

Ao final da experiência terrena, não podem conduzir consigo nada do que seja material.

Apenas virtudes, conhecimentos e mérito de boas ações praticadas constituem o patrimônio que conseguem levar.

De outro lado, o mal feito, o bem não realizado e as injustiças não impedidas, embora podendo, representam uma pesada carga para a consciência.

Embora o patrimônio material seja relevante, a herança mais importante que os pais podem deixar é outra.

Essa herança consiste nas lições de vida reta e nos exemplos de solidariedade e compaixão.

Em termos de vida imortal, não tem sentido querer tornar os filhos ricos, mas egoístas.

A riqueza freqüentemente muda de mãos.

As empresas mais sólidas vão à falência.

A vontade de um homem é impotente para conservar nas mãos de seus filhos a fortuna que construiu.

Se a Providência Divina decidir que os herdeiros devem experimentar a prova da miséria, eles a experimentarão.

Tudo o que compõe o mundo pertence a Deus.

O homem é mero usufrutuário, mais ou menos fiel, conforme compreende a finalidade do que lhe vem às mãos.

Os bens materiais são sempre instrumentos, neutros em sua essência.

Os pais devem ser conscientes de que sua tarefa não consiste apenas em educar os filhos para que sejam felizes, segundo os padrões mundanos.

O sucesso material pode ser efêmero e enganoso.

Para ser bem sucedido na tarefa paterna, é preciso ciência de que se está a educar Espíritos para Deus.

O mundo tem sua importância e representa variados desafios.

É válido e necessário estudar, trabalhar e esforçar-se para viver bem.

Só não vale a pena perder o foco e inverter os valores.

Assim, ensine seu filho a valorizar todos os bens que a família possui.

Diga-lhe que deve estudar e ser um excelente profissional.

Oriente-o para ser responsável e jamais se converter em um peso para os semelhantes.

Diga-lhe da prudência e o ensine a ser moderado em gastos, desfrutes e paixões.

Mas também o eduque para ser bondoso e solidário.

Mostre-lhe que é sublime prestar serviços desinteressados, dar para quem não pode retribuir, gastar tempo com os enfermos e idosos.

Ao assim agir, você colaborará para que seu filho se torne um ser humano de qualidade.

Se a vida mais tarde resolver experimentá-lo, ele terá méritos e valores para se sair bem.

Não achará que a riqueza diz do valor de um homem e não se imaginará sem valia por enfrentar dificuldades materiais.

Pense nisso.
--------------------------------------
Redação do Momento Espírita
----------------------------------------

PROVA SUTIL

"À sétima vez disse: Eis que se levanta do mar uma nuvem pequena como a palma da mão do homem" •( 1 Reis 18.44)

Israel vinha sofrendo com uma seca havia três anos. O servo de Elias observou a terra rachada sob um céu sem nuvens, e não havia sinal de mudança. No entanto, Elias, que orava no Monte Carmelo, insistiu que a chuva estava próxima. Pela sétima vez naquela tarde, seu servo observou, obedientemente, o horizonte.

Quando ele avistou uma pequena nuvem, Elias viu nela o mover de Deus e foi avisar o rei de que a chuva estava a caminho. O profeta precisava de uma pequena evidência da ação de Deus, pois já esperava por ela.

Pensando em Elias, refleti: Teria eu enviado um aviso de tempestade ao rei com base apenas numa pequena nuvenzinha?

É improvável. Eu teria esperado que muitas nuvens escuras surgissem antes de proclamar minha fé de que Deus estava respondendo à oração.

Quantas vezes negligenciei a obra de Deus à minha volta porque parecia muito pequena?

Quando oro por situações desesperadoras, a resposta, em geral, surge de maneira sutil: uma palavra gentil de um colega rude, uma resposta respeitosa de uma criança difícil, uma noite de sono profundo para uma mente ou corpo cansado.


Quero ser mais como Elias. Quero orar fielmente pela ajuda de Deus e reconhecê-la prontamente quando ela vier. Quanto mais cedo reconhecer a ação do Senhor em minha vida, mais cedo verei a mudança.

: Amado Deus, mostra-nos as maneiras por meio das quais estás agindo, tanto as grandes quanto as pequenas. Quando virmos as obras das Tuas mãos, ajuda-nos a declarar a Tua bondade aos outros. Em nome de Jesus. Amém.

A menor mudança pode ser sinal do começo de um milagre.
--------------------------------------------------
JOLYNNE KEOUGH (CALIFÓRNIA, EUA)
---------------------------------------------------

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

SEMPRE MELHOR

Não se diga pior em momento algum.

Se você já consegue escutar com paciência nas horas difíceis...

Se você silenciar a própria irritação nas horas amargas...

Se tem ânimo para sofrer sem lamentação...

Se já suporta os problemas da própria casa, procurando solucioná-los sem zedume e sem queixa...

Se tem força para para calar esse ou aquele assunto infeliz...

Se respeita a liberdade dos outros...

e aguenta a visita da enfermidade sem alarmar o ambiente onde se encontre...

Se desculpa ofensas reconhecendo que somos também capazes de ofender...

Se procura o trabalho com alegria...

Se confia em Deus e espera por Deus, sem desesperar, sejam quais forem as circunstâncias da vida...

ENTÃO, VOCÊ JÁ TERÁ MELHORADO MUITO E PROSSEGUIRÁ SEMPRE MELHOR.
-------------------------------------
EMMANUEL & CHICO XAVIER
-------------------------------------

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

OS SAPATOS DA FELICIDADE


"Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes" (Mateus 25:40).

Em um fascinante poema de Edwin Markham, "Os Sapatos da Felicidade," Conrad, o velho sapateiro, sonhou uma noite que o Mestre viria visitá-lo.

Logo nos primeiros minutos do dia, ele levantou e decorou toda a sua pequena loja com flores brilhantes e alegres e esperou. Quando o mestre chegasse, ele lavaria os Seus pés e beijaria Suas mãos onde os cravos perfuraram. Mas o Mestre não veio.

Um mendigo entrou na loja e Conrad deu a ele um par de sapatos.

Uma velha mulher entrou também na loja.
Andava curvada devido a um pesado saco que trazia em suas costas. Ele retirou aquela pesada carga de seus ombros e deu-lhe comida para reanimar suas forças.

Finalmente, pouco antes do dia dar lugar à escuridão, um pequeno menino entrou na loja. Seus olhos estavam molhados de lágrimas. Conrad pegou-lhe pela mão e levou-o de volta até sua mãe.

Mas o convidado divino não veio. Então, no silêncio da noite, ele ouviu uma voz suave e meiga: "Alegre o seu coração. Eu mantive minha palavra. Três vezes Eu vim até sua porta amorosa. Três vezes minha sombra estava em seu chão. Eu era o mendigo com feridas nos pés, eu era a mulher que você alimentou, eu era a criança perdida na rua."

Como é maravilhoso saber que estamos entre os filhos amados de Deus. Nosso coração se enche de gozo e felicidade porque sabemos que o Senhor está ao nosso lado, cuidando de nossas vidas, guardando-nos de todo mal, suprindo todas as nossas necessidades, fortalecendo-nos nos momentos de fraqueza espiritual, ajudando-nos a vencer cada uma de nossas lutas.

Ele está sempre ao nosso lado e podemos vê-lo em cada uma de nossas atitudes cristãs. Quando estendemos nossa mão para atender um irmão necessitado, também temos os nossos "sapatos da felicidade".

Quando encontramos uma pessoa angustiada e passando por grandes lutas e oferecemos um ombro amigo e uma palavra de encorajamento, os nossos "sapatos da felicidade" brilham um pouco mais.

Quando aprendemos a doar um pouco de nós para o nosso próximo, em vez de pensar apenas em nossos interesses pessoais, o nome do Senhor é glorificado e os nossos "sapatos dançarão de felicidade".
-----------------------
Paulo Barbosa
-------------------------

terça-feira, 18 de novembro de 2008

BÚSSOLA DA ALMA


Surge a prece na existência terrestre como chave de luz inspirativa descerrando
as trilhas que parecem impedidas aos nossos olhos.

Ensina sempre no silêncio da alma e, quando não resolve os problemas
ou não afasta o sofrimento, ilumina a mente e fortalece a resignação.

Contacto com o Infinito, toda oração sincera significa mensagem com endereço exato,
e se, por vezes, flutua entre riso e pranto, termina sempre por elevar-se aos páramos superiores
onde já não existem temporàriamente nem alegria nem dor, apenas paz da alma.


Oração é diálogo.

Quem ora jamais monologa.

Até a petição menos feliz tem a resposta que lhe cabe, procedente das sombras.

Atende aos compromissos na hora certa.

A pontualidade é o fiel moral na balança do tempo.

Dá e receberás.

Auxilia e alguém te auxiliará.

Existe a caridade como receita ideal para todos os males.

A imparcialidade de julgamento há de começar em nós, com a benevolência para com os outros e severidade para nós mesmos.

Quais são os pontos de contacto de sua vida com a verdade?

Que relação existe entre você e o mundo espiritual?

Expressa a exemplificação o conjunto dos reflexos de nossos atos. Toda opinião retrata o opinador.

Constitui a vida uma longa viagem em demanda aos portos da felicidade perfeita.

A prece é a bússola que nos coloca sob a direção do Senhor, cujas mãos devem pousar no leme da embarcação do destino.

Ora sempre e o barco dos teus dias nunca se transviará sob as nuvens das trevas.
--------------------------
-Bezerra de Menezes

--------------------------