Se cultivas um princípio religioso, sabes que a morte não é o fim. O Espírito eterno, com os potenciais de inteligência e sentimento que lhe definem a individualidade, simplesmente deixa o cárcere da carne, qual borboleta livre do casulo, rumo à amplidão.
Raros, entretanto, estão preparados para a grandiosa jornada. Poucos exercitam asas de virtude e desprendimento.
Natural, portanto, que o ?morto? experimente dificuldades de adaptação à realidade espiritual, principalmente quando não conta com a cooperação daqueles que comparecem ao velório, no arrastar das horas que precedem o sepultamento.
O burburinho das conversas vazias e dos comentários menos edificantes, bem como os desvarios da inconformação e o desequilíbrio da emoção, repercutem em sua consciência, impondo-lhe penosas impressões.
Se é alguém muito querido ao teu coração, considera que ele precisa de tua coragem e de tua confiança em Deus. Se não aceitas a separação, questionando os Desígnios Divinos, teu desespero o atinge, inclemente, qual devastador vendaval de angústias...
Se é o amigo que admiras, por quem nutres especial consideração, rende-lhe a homenagem do silêncio, respeitando a solene transição que lhe define novos rumos...
Se a tua presença inspira-se em deveres de solidariedade, oferece-lhe, na intimidade do coração, a caridade da prece singela e espontânea, sustentando-lhe o ânimo.
Lembra-te de que um dia também estarás de pés juntos, deitado numa urna mortuária e, ainda preso às impressões da vida física, desejarás, ardentemente, que te respeitem a memória e não conturbem teu desligamento, amparando-te com os valores do silêncio e da oração, da serenidade e da compreensão, a fim de que atravesses com segurança os umbrais da Vida Eterna...
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Richard Simonetti
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sexta-feira, 28 de novembro de 2008
EM FAVOR DELE
Postado por Luiz Felipe às 21:58
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