quarta-feira, 30 de julho de 2008

APÓS A TEMPESTADE



Não são muitas as pessoas que reconhecem o valor da mensagem impressa, atribuindo aos livros pouca ou nenhuma importância.

Assim pensam, sem imaginarem o que seria dos ensinos de Jesus se os evangelistas não os tivessem anotado e entregue à posteridade. E da filosofia de Sócrates, sem os escritos de seu discípulo Platão.

O tempo teria se encarregado, com certeza, de os diluir nos séculos, eis que todas as histórias que somente vivem na memória das criaturas e são passadas oralmente, de geração a geração, acabam por se tornar lendas, cujo fundo de verdade é bem difícil de ser identificado.

Há algum tempo, uma jovem senhora vivia um drama familiar imenso. O marido a abandonara e ela não dispunha de meios para garantir o sustento dos três filhos menores.

Lesada no afeto e sem vislumbrar melhores perspectivas, resolvera abandonar a vida física. Arquitetou uma estratégia e conseguiu uma substância corrosiva para realizar o seu intento. Enquanto retornava ao lar, acariciando no bolso a porção fatídica, passou por uma banca de livros espíritas e a capa de um determinado livro lhe chamou a atenção. Aproximou-se, abriu-o e leu alguns títulos.

O atendente, vendo-a devolver o livro à prateleira e fazer o gesto de quem iria se retirar, perguntou-lhe se não desejava levar a obra.

Timidamente, ela se desculpou, dizendo que não dispunha de dinheiro. O jovem, sensibilizado, tomou do volume e o colocou nas mãos da senhora, presenteando-o.

Ela se foi com a obra intitulada "Após a Tempestade". Chegando em casa, pensou em ler uma página. Seria a sua despedida do mundo.

Folheou-o e surpreendeu-se com um título: Suicídio.

Sentou-se e leu atentamente as observações que o Espírito faz a respeito desta fuga da vida.

Ao concluir a leitura, a vontade de matar-se já havia passado. Virou a página e leu outra mensagem, e outra mais, até que se deu conta de que já tinha lido várias e seu estado de ânimo mudara.

As lágrimas lhe brotavam com abundância dos olhos. Havia motivos para viver: Deus a amava e ela era responsável por três vidas, além da sua própria.

A vida é patrimônio divino e não deve ser malbaratada. Dispôs-se a prosseguir vivendo. Os meses escoaram e a situação se transformou. Conseguiu um emprego, voltou-se à religião, ela que já havia se esquecido de orar e, finalmente, cinco anos após, seu marido retornou ao lar.

Cinco anos, após a tempestade...

À semelhança da referida obra, outras tantas existem à disposição de almas aflitas e seres sedentos de orientação. Mensagens volantes, livros, opúsculos, todos servem ao objetivo do amor divino: atender os seus filhos que vivem o infortúnio, para que se redescubram e descubram o amor que nunca perece.

Você sabia que o livro nobre pode ser considerado pão da vida? É preparado com o trigo da sabedoria para sustentar as criaturas, todos os dias.

E que difundir o bom livro é espalhar esperanças no mundo? As almas sofridas, nele encontrarão sempre, repouso para as suas fadigas e os ignorantes, a luz do conhecimento para as suas mentes.
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Equipe de Redação do Momento Espírita
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