sábado, 20 de setembro de 2008

OS SEGREDOS DO UNIVERSO


Como criou Deus o Universo?
Para me servir de uma expressão corrente, direi: pela sua Vontade. Nada caracteriza melhor essa vontade onipotente do que estas belas palavras da Gênese - “Deus disse: Faça-se a luz e a luz foi feita.”
Questão nº 38

Ao ligarmos a tomada o recinto escuro é inundado de claridade, permitindo-nos visualizar o que ali está.

Mais exatamente enxergamos sua imagem conduzida pela luz até nossos olhos. Estes funcionam como câmeras de vídeo registrando as emissões luminosas que produzem o fenômeno da visão no cérebro.

Isto significa que quanto mais distante estivermos mais tempo levaremos para tomar conhecimento da imagem que chega.

Como a luz viaja à velocidade de aproximadamente trezentos mil quilômetros por segundo, um objeto a três metros de distância será visualizado em milionésimo de segundo, fração de tempo imperceptível para nós.

A diferença se faz sentir quando observamos o firmamento.

O Sol, por exemplo, está a aproximadamente cento e quarenta e nove milhões de quilômetros. Contemplamos sua imagem com uma defasagem de oito minutos.

Se fotografarmos uma estrela situada a mil anos-luz registraremos como era há dez séculos.

No céu, portanto, contemplamos o passado.

Vemos estrelas que talvez não mais existam...

Não vemos aquelas cuja luz ainda não chegou com a notícia de seu nascimento...

Imaginemos um planeta situado no centro da Via Láctea, a aproximadamente trinta mil anos-luz . Hipotético morador, usando um super telescópio, registraria como viviam nossos ancestrais.

Seria possível realizar um completo levantamento da Terra, desde os seus primórdios, simplesmente fotografando nosso planeta a distâncias progressivas com instrumental ótico adequado.

Outro aspecto curioso relacionado com a Astronomia diz respeito à nossa condição de viajores do Infinito, passageiros de uma imensa nave espacial - a Terra, que se desloca vertiginosamente, obedecendo a vários movimentos.

Alguns deles:
Em torno do próprio eixo.
Em torno do Sol.
Em torno de determinada região do Cosmo, acompanhando a Via Láctea.

No entanto a Terra parece absolutamente imóvel, porquanto faltam-nos elementos de referência.

Viajando num trem constatamos que se desloca observando as imagens que se sucedem na paisagem.

Se fecharmos os olhos, haverá o barulho das rodas.

Se taparmos os ouvidos restará o sacolejo sobre os trilhos.

Eliminado o atrito e sem nada ver ou ouvir teremos a impressão de que o trem está imóvel.

É exatamente o que ocorre com a nave terrestre.

O Sol e as estrelas estão muito distantes para servirem de referência visual e nosso planeta desloca-se suavemente pelo espaço infinito.

Fica a impressão de absoluta imobilidade.

A Astronomia progrediu notavelmente neste século.

Modernos instrumentos permitem muito mais do que simplesmente observar o movimento dos astros.

Pode-se, por exemplo, com o uso do espectroscópio, que decompõe a luz que chega das estrelas, definir de que são feitas, sua idade, velocidade, distância, tamanho, luminosidade....

O Efeito Doppler, uma análise espectral que define a direção das estrelas, demonstra o Universo em expansão.

Isto sugere que houve um momento em que toda a matéria existente esteve tão incrivelmente comprimida que poderia ter a forma de minúsculo ovo

. Há aproximadamente quinze bilhões de anos, houve o que os cientistas chamam de Big Bang, não propriamente uma explosão, mas um movimento violento de expansão, com tal concentração energética que se fez naquele momento uma monumental luz. Nascia o Universo.

Os místicos sempre intuíram como tudo começou.

Na milenar civilização hindu concebe-se que um ovo dourado produzido pela divindade se rompeu em determinado momento dando origem ao Universo.

Na Bíblia, a imagem poética: Faça-se a luz e a luz se fez...

Pairando acima de cientistas e religiosos temos a figura augusta do Cristo, luz intensa que brilhou na Terra há dois mil anos, permitindo-nos identificar a força suprema que movimenta o Universo e sustenta a vida.

Chama-se Amor.

Viajores da Eternidade, deslocando-nos em velocidade vertiginosa pelo Infinito, a bordo da nave Terra, tranqüila seria nossa jornada se exercitássemos amor.

Jesus, que amou intensamente, legou-nos a fórmula ideal:

Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também a eles.

Quando, num prodígio de entendimento e harmonização, todos os homens seguirem essa orientação, teremos a mais espantosa revolução na sociedade humana. Cessarão os desníveis sociais absurdos que fazem a vergonhosa convivência entre a miséria e a opulência...

Acabaremos com a fome e a desolação...

Ninguém se sentirá feliz em casa confortável, com belo guarda-roupa e sortida despensa, enquanto existirem multidões que não têm onde morar, nem o que vestir, nem o que comer...

Inibindo o amor há o velho egoísmo humano, que nos leva a racionalizações para justificar a omissão diante dos pobres de todos os matizes. São eleitos de Deus, que lhes impõe males e privações para conduzi-los ao Céu - explicam muitos religiosos...

Estão resgatando débitos cármicos - dizem muitos espíritas...

Madre Teresa de Calcutá, a grande servidora do Cristo, comenta sabiamente: Falar sobre os pobres está em moda, mas conhecer, amar e servir aos pobres é coisa bem diferente.

Talvez consigamos algo nesse sentido se cultivarmos um pouco de compaixão; se, diante das misérias humanas, a gente ter dó, como se diz popularmente. Compadecendo-nos venceremos o imobilismo e talvez sejamos até capazes de vivenciar o amor, cujo melhor sinônimo, aquele que melhor o explicita, é o verbo servir.

A propósito, diz um sábio judeu que aprendeu o verdadeiro amor ao próximo ouvindo a conversa de dois aldeões.

Dizia o primeiro:
-Diga-me, amigo João, você gosta de mim?
-Claro! Sou seu amigo. Gosto muito de você.
-Você sabe, amigo João, o que me dói?
-Ora, como posso saber o que lhe dói?
-Mas, João, se você não sabe o que me dói, como pode dizer que gosta de mim?

Conclui o sábio: O verdadeiro amor ao próximo consiste em saber o que dói no outro.

De lição em lição aprendemos o que é o amor.

Um dia nos disporemos a exercitá-lo.

Então, o Universo não terá segredos para nós.

Seremos parte dele, integrados no infinito amor de Deus.

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RICHARD SIMONETTI
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