terça-feira, 16 de setembro de 2008

A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA

"Perante o enorme ajuntamento de sofredores desencarnados, no Plano Espiritual, o Dr. Bezerra de Menezes, apóstolo da Doutrina Espírita no Brasil, rematava a preleção.

Falara, com muito brilho, acerca dos desregramentos morais. Destacara os males da alma e os desastres do espírito.

Dispunha-se à retirada, quando fino ironista o investiu:
"Escute, doutor. O senhor disse que a calúnia é um braseiro no caluniador. Eu caluniei e nada senti.

O senhor disse que o destruidor de lares terrestres carrega a lâmina do arrependimento a retalhar-lhe o coração. Destruí diversos lares e nada senti.

O senhor disse que o criminoso tem a nuvem do remorso a sufocá-lo. Eu matei e nada senti...

"Meu filho - disse o pregador -, que sente um cadáver quando alguém lhe incendeia o braço inerte?"

"Nada - disse, rindo, o opositor sarcástico -, pois cadáver não reage.

" E a conversação prosseguiu:
"Que sente um cadáver se o mergulham num lago de piche?"

- "Absolutamente nada, ora essa! O cadáver é a imagem da morte."

Doutor Bezerra fitou o triste interlocutor e, meneando paternalmente a cabeça, concluiu. "Pois olhe, meu filho, quando alguém não sente o mal que pratica, em verdade carrega consigo a consciência morta.

É um morto - vivo."
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Essa história foi psicografada pela médium Yvonne A.Pereira, e a que ele deu o título em epígrafe.
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