sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A ANIMOSIDADE


Viceja, ao lado da simpatia, no sentimento humano, a animosidade.

Reação psíquica, vinculada a vários fatores, atormenta a quem lhe padece o cerco e aflige a quem se lhe faz vítima, conduzindo-a na alma.

Pode originar-se na competição inconsciente, quanto na inveja dissimulada, imiscuindo-se em várias expressões do comportamento, que envenena, a cada passo.

Toma a si a tarefa malsã de fiscal impenitente, perseguindo, à socapa, no disfarce da maledicência constante ou da crítica mordaz, não raro investindo com rigor em constante acusação.

Não desculpa os que lhe caem sob o talante, quando estes erram, nem permite que eles acertem, seguindo em paz.

Ante a atitude correta, dissemina a dúvida; em face do erro agride, insensata, quando de todos é o dever de ajudar.

Nunca te subordines às suas amarras.

Jamais a apliques contra alguém.

A animosidade é fator de desequilíbrio, sendo, já, manifestação alienadora.

Se sentes as suas farpas, arrojadas por alguém que te antipatiza, luta para não revidar à agressão.

Não te deixes sintonizar nas faixas mentias em que se demoram os que se te apresentam animosos.

Procura ser gentil com eles, sem que te atormentes por conquistá-los.

Eles estão contra ti, impedindo-se cordialidade para contigo.

Não intentes vencê-los no tentame, a fim de que não te detenhas com eles.

Usa da afabilidade sem ser pusilânime.

O tempo logrará despertá-los, conduzindo-os corretamente.

Ninguém pretenda a simpatia geral.

Sempre há alguém que postula noutros conhecimento, comportando-se de forma diversa ou que prefere, simplesmente, a atitude contrária.

Mesmo nas fileiras dos ideais que esposas, defronta-los-ás.

Alguns não se dão conta que estão tele-dirigidos por outras mentes atormentadas, interessadas no programa do divisionalismo, da perturbação.

Prossegue, porém, no teu caminho, vinculado ao compromisso que abraças, sem valorizar em demasia a animosidade.

Se souberes retirar a parte melhor do problema, a antipatia deles te ajudará a errar menos, porque, perseguido e vigiado, procurarás produzir com mais estímulo para o bem e para melhor.

A Sócrates, os adversários deram o vaso de cicuta, não porque ele necessitasse de punição, mas, porque não o podiam submeter aos seus caprichos.

A Jesus, que também não se furtou à animosidade da sua época nem dos seus contemporâneos, ofereceram a cruz, numa tentativa de aniquilá-lO, sem, no entanto, perceberem que a trave horizontal fora transformada em asa de vitória, e a vertical em apoio para todos os ideais de enobrecimento da Humanidade, como símbolo de perene vitória para quem almeja a glória espiritual.
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JOANNA DE ÂNGELIS & DIVALDO P. FRANCO
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